Vinte supostos migrantes haitianos foram encontrados mortos em um barco em um rio no Pará, norte do país, com seus corpos em estado avançado de decomposição e sinais de desidratação e fome, informou a Polícia Federal (PF) neste sábado (13).
Pescadores alertaram as autoridades depois de encontrar o barco à deriva perto da cidade paraense de Bragança, disse um porta-voz da PF à AFP.
"Segundo a Polícia Civil e o IML seriam 20 corpos. E segundo o delegado de Bragança, Alexandre Calvinho, seriam refugiados haitianos, mas só a perícia pode confirmar a causa da morte e a identidade dessas pessoas", acrescentou em um comunicado.
Os especialistas forenses também terão que confirmar o número exato de vítimas, de acordo com a PF.
Equipes de emergência rebocaram o barco até a costa após serem alertadas pelos pescadores, indicaram as autoridades.
"Eles teriam morrido fome e desidratação, mas só a perícia pode determinar. A investigação está em andamento", disse a PF.
O Ministério Público Federal afirmou em comunicado que abriu investigações criminais e civis sobre o caso.
De acordo com a imprensa local, os pescadores encontraram a pequena embarcação em uma praia remota do oceano Atlântico, entre as localidades de Bragança e Quatipuru.
O Haiti, com uma população de cerca de 11,6 milhões de habitantes, tem enfrentado nas últimas semanas uma explosão de violência por parte de gangues, exacerbada por uma longa crise humanitária e de segurança.
Um aguardado conselho presidencial de transição encarregado de preencher o vácuo institucional no empobrecido país caribenho finalmente foi instalado na sexta-feira.
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) da ONU declarou este mês que a situação está provocando um êxodo do país.
"Para a maioria dos haitianos, a perspectiva da migração regular continua sendo um obstáculo insuperável, tornando a migração irregular sua única esperança", explicou a organização.