Capital paulista registra epidemia de dengue em todos os seus 96 distritos
Até o boletim epidemiológico divulgado na segunda-feira anterior, somente dois dos 96 distritos da capital paulista ainda não haviam atingido o nível epidêmico
Todos os distritos da cidade de São Paulo enfrentam epidemia de dengue, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado ontem pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). É considerado epidemia sempre que uma doença tem taxa de incidência superior a 300 casos por 100 mil habitantes.
Até o boletim epidemiológico divulgado na segunda-feira anterior, somente dois dos 96 distritos da capital paulista ainda não haviam atingido o nível epidêmico: Jardim Paulista e Moema. Agora, ambos os distritos também se encontram nessa condição, com incidências de 329,0 e 304,1, respectivamente.
Os dois continuam sendo os distritos paulistanos com menor incidência de dengue, seguidos de Saúde (366,2), Vila Mariana (373,8) e República (395,5). Já o ranking de distritos com maior incidência da doença é liderado por Jaguara (10.598,1), seguido de São Miguel (7.039,2), São Domingos (4.569,6), Itaquera (4 561,4) e Guaianases (4.156,7).
De acordo com o Painel de Arboviroses, atualizado até esta segunda-feira, às 15h43, a cidade de São Paulo havia registrado 275.842 casos confirmados de dengue. A incidência geral é de 2 408,8 casos por 100 mil habitantes.
ÓBITOS
Com relação aos óbitos em decorrência de dengue, o Município apresenta 67 confirmados. Além disso, 261 mortes estão em investigação.
Ao Estadão, a SMS afirmou que intensificou as ações de combate ao mosquito da dengue, de domingo a domingo, e aumentou em seis vezes o número de agentes nas ruas, que passou de 2 mil para 12 mil. "Somente neste ano, foram realizadas mais de 5,3 milhões de ações de combate ao Aedes aegypti na capital, como visitas casa a casa, vistorias a imóveis, ações de bloqueio de criadouros e nebulizações", destacou a SMS por meio de nota.
A secretaria ressalta a importância da vacinação, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos. As doses estão sendo aplicadas nas 471 unidades básicas de saúde (UBSs), de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e de segunda a sábado, nas AMAs/UBSs integradas, no mesmo horário.
Para receber a vacina, a criança precisa estar acompanhada de um responsável, portando documento de identidade, cartão de vacina e comprovante de residência ou escolar.
FAIXA ETÁRIA
No dia 17 deste mês, o Ministério da Saúde recomendou que Estados e municípios ampliassem o público-alvo da vacina contra dengue, caso tivessem doses a vencer até esta terça, 30 de abril - o que, segundo a administração municipal, não é o caso da capital paulista. A indicação do ministério era que, caso houvesse risco de perda de vacina, as redes poderiam aplicar doses em pessoas de 6 a 16 anos de idade.
Segundo a nota técnica, caso a ampliação ainda não fosse suficiente para dar conta do estoque de vacinas a vencer, os municípios poderiam vacinar pessoas de 4 a 59 anos, faixa etária prevista na bula da vacina.