Brasil pede ajuda à Argentina para localizar foragidos do 8 de janeiro
Por meio da embaixada do Brasil em Buenos Aires, a Justiça brasileira enviou na sexta-feira (7) à chancelaria argentina um pedido para "verificar se 143 foragidos da Justiça brasileira estão localizados em território argentino"
O Brasil pediu ajuda à Argentina para localizar em seu território a possível presença de mais de 140 foragidos da Justiça pelos ataques em Brasília de 8 de janeiro de 2023 por seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Por meio da embaixada do Brasil em Buenos Aires, a Justiça brasileira enviou na sexta-feira (7) à chancelaria argentina um pedido para "verificar se 143 foragidos da Justiça brasileira estão localizados em território argentino", disse à AFP um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores nesta segunda.
A Polícia Federal prendeu centenas de supostos vândalos, financiadores e incitadores dos ataques contra as sedes dos Três Poderes ocorridos uma semana após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Alguns receberam condenações por crimes como golpe de Estado, com penas de até 17 anos de prisão.
Na semana passada, a PF anunciou a recaptura de cerca de 50 pessoas relacionadas ao caso que haviam descumprido suas medidas cautelares.
Mas indicou que outros 159 condenados ou investigados eram considerados fugitivos e poderiam até mesmo estar em outros países, incluindo a Argentina, segundo a imprensa brasileira.
A PF disse na sexta em nota à AFP que "irá listar todos os condenados que possivelmente estejam na Argentina e encaminhar, via Ministério da Justiça e Segurança Pública, os pedidos de extradição".
"Tudo será feito em articulação com o Ministério das Relações Exteriores e o Supremo Tribunal Federal", acrescentou.
O governo argentino negou no sábado ter conhecimento sobre a presença dos fugitivos.
"Ainda não temos nenhuma informação desse tipo, não temos alertas vermelhos sobre essas pessoas, (...) o Ministério da Segurança não recebeu nenhum tipo de solicitação, nem da Interpol, nem de pessoas, nem de nomes, nem de listas", afirmou a ministra da Segurança, Patrícia Bullrich, à Rádio Mitre.
Em 8 de janeiro de 2023, milhares de bolsonaristas invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso e o STF, exigindo uma intervenção das Forças Armadas que depusesse o presidente Lula e denunciando supostas fraudes nas eleições.