Senacon pede informações sobre apagão causado pela empresa CrowdStrike
O apagão cibernético global causado nesta sexta-feira (19) pela empresa de segurança cibernética CrowdStrike afetou empresas brasileiras
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) enviou nesta sexta-feira (19) ofício para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), para a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e para a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) pedindo informações sobre os prejuízos aos consumidores com o apagão cibernético registrado na manhã de hoje. Segundo a Senacon, esses foram os setores mais afetados pelo evento.
O apagão cibernético global causado nesta sexta-feira (19) pela empresa de segurança cibernética CrowdStrike afetou empresas brasileiras, em especial do setor aereoportuário e bancário. Foram registradas queixas de usuários de aplicativos de bancos fora do ar e de atrasos de voos, em geral por dificuldades no sistema de check-in.
Os ofícios foram encaminhados pelo secretário nacional do Consumidor, Wadih Damous, aos presidentes da Febraban, Isaac Sidney, e da ANS, Paulo Rebello, e para o diretor da Anac, Tiago Sousa Pereira. Além das informações sobre em que medida o apagão cibernético atingiu os consumidores no país, a Senacon questionou os órgãos sobre as ações adotadas para minimizar os prejuízos.
PROBLEMA NO STF
O Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou que também foi afetado pelo apagão cibernértico que derrubou sistemas de informática em todo o mundo nesta sexta-feira (19).
De acordo com a Corte, a interrupção dos serviços eletrônicos ocorreu durante a madrugada de hoje. Por volta das 7h, o site do Supremo foi restabelecido, e os sistemas judiciais foram retomados.
A empresa de segurança cibernética CrowdStrike divulgou uma nota na qual assume a responsabilidade pelo apagão cibernético que afetou diversas empresas e serviços em vários países. De acordo com o CEO da empresa, George Kurtz, o problema já foi “identificado, isolado e uma correção foi implantada”.
O problema decorre de uma atualização de conteúdo para computadores com o sistema operacional Windows, da Microsoft, relacionados ao sensor Falcon. O computador trava e aparece a chamada “tela azul da morte”, que indica que há problemas com a máquina.
Além do Supremo, os sistemas de aeroportos, hospitais e bancos também foram afetados no Brasil.
PROBLEMAS NOS AEROPORTOS
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) também afirmou que "alguns operadores aéreos relataram problemas pontuais com sistemas de check-in, o que gerou atrasos pontuais". O órgão ainda orientou os passageiros a chegarem com antecedência nos aeroportos.
Aplicativos de bancos, como o Bradesco, também têm apresentado falhas no Brasil por causa da pane global. A instabilidade nos sistemas foi notada ainda em hospitais de São Paulo.
O Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), foi um dos mais afetados. "A falha e a instabilidade global em uma plataforma utilizada pela Azul impactaram o sistema de check-in da companhia aérea, gerando um total de 15 voos atrasados de chegada e 24 voos de partida até às 11h30 desta sexta", informou a concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, responsável pelo terminal.
A empresa afirmou ter acionado "planos de contingência para reduzir os impactos" e disse que "os demais sistemas do aeroporto" operaram normalmente.
A Azul Linhas Aéreas Brasileiras informou que "devido intermitência no serviço global do sistema de gestão de reservas, alguns voos podem sofrer atrasos pontuais".
A recomendação da companhia é de que clientes que tenham voo nesta sexta e ainda não fizeram o check-in cheguem ao aeroporto mais cedo e dirijam-se ao balcão de atendimento da Azul.
A Gol Linhas Aéreas afirmou que seus sistemas e operações nos aeroportos não foram impactados até o momento.
Já a Latam Airlines disse que "até o momento a operação não registrou impactos diante da queda massiva de sistemas relacionados à Microsoft a nível mundial".
"O Grupo Latam recomenda aos seus passageiros que verifiquem o status dos voos como medida de precaução em https://www latamairlines.com/br/pt/minhas-viagens." A companhia aérea disse que "lamenta os inconvenientes que essa situação, alheia à sua responsabilidade, possa causar aos seus passageiros".
A Aena - concessionária responsável por 17 aeroportos no Brasil, informou que os sistemas de todos os terminais sob sua gestão no Brasil "estão funcionando normalmente e não houve impactos às operações de pouso e decolagem". Ainda conforme a empresa, os oito voos com decolagens atrasadas nesses terminais nesta sexta - a maioria no Aeroporto do Recife - foram "por questões das companhias aéreas".