Silvio Santos tentou ser presidente, mas acabou fora do pleito em 1989
Além da presidência em 1989, apresentador e empresário tentou concorrer para prefeito em São Paulo, em 1988 e 1992, e para governador, em 1990
Entre o fim dos anos 1980 e o início dos 1990, Silvio Santos expôs seu desejo de entrar para a política e por pouco não pôde ser votado pelos brasileiros como candidato em eleições A tentativa que deixou mais forte lembrança ocorreu na disputa presidencial de 1989, vencida por Fernando Collor. Mas o dono do SBT também se aproximou das urnas nas eleições para prefeito em São Paulo, em 1988 e 1992, e para governador, em 1990.
A primeira filiação partidária do apresentador ocorreu em março de 1988. Questionado sobre sua escolha pelo Partido da Frente Liberal, PFL (atual DEM), Silvio chegou a responder a um repórter: "Foi o primeiro partido que me procurou. Eu assinaria a ficha de qualquer outro, mesmo que fosse do PT ou do PCB".
Em 4 de abril de 1988, apareceu pela primeira vez no programa partidário do PFL exibido na cadeia nacional de rádio e TV. A emissora de Silvio chegou a comprar espaço de anúncio em página inteira de alguns jornais para dizer: "Hoje, às 8 e meia da noite, tem Silvio Santos no SBT, na Globo, na Record, na Bandeirantes, na Cultura e na Manchete".
Em 9 de maio, Silvio recebeu um pedido de Inocêncio Erbella, então presidente do diretório paulista, para que participasse da convenção do partido com o intuito de se tornar candidato a prefeito de São Paulo. Mas Arthur Alves Pinto, então deputado estadual, se opunha fortemente à candidatura. Com o PFL inclinado a apoiar a candidatura de Orestes Quércia, então no PMDB, o cenário incerto e a necessidade de uma operação nas cordas vocais fizeram o animador desistir.
Presidência
No ano seguinte, Silvio Santos almejou voo mais alto: ser presidente do Brasil. Migrou para o antigo PMB (Partido Municipalista Brasileiro) em outubro de 1989. Faltando pouco mais de duas semanas para a eleição, ele ocuparia o lugar de Armando Corrêa, candidato da sigla que vinha em campanha e já tinha seu nome impresso nas cédulas de votação.
O dono do SBT chegou a liderar as pesquisas e tinha grandes chances de disputar o segundo turno contra Fernando Collor. Mas, em 9 de novembro de 1989, o TSE analisou 17 pedidos de impugnação de sua candidatura: a chapa acabou indeferida e as intenções de Silvio foram novamente adiadas.
Governador
Pelo terceiro ano seguido, o dono do SBT foi atrás de sua entrada na política, visando um novo cargo: governador do Estado de São Paulo. Ele se filiou ao PST em 2 de abril de 1990. Bem cotado em pesquisas de intenção de voto, o dono do SBT preferiu não se afastar de seus programas de TV, que representavam boa parte do faturamento da emissora.
Em 18 de março de 1992, Silvio Santos se filiou novamente ao PFL Mas, dentro do partido, não havia unanimidade. Enquanto a direção nacional apoiava a candidatura de Silvio, o diretório regional buscava impedir que o apresentador concorresse, e alguns nomes do partido chegaram a recomendar que delegados da sigla parassem de se reunir com ele.
Em determinado momento, fez-se uma intervenção na seção regional do partido, abrindo-se uma disputa jurídica, e uma liminar do TRE anulou a legalidade de uma convenção realizada. Ao fim das contas, o partido acabou sem candidato na capital paulista nas eleições de 1992.