Ações preventivas individuais são significativas para combater impactos ambientais

Para frear os impactos da crise climática, ações em grande escala são cruciais, entretanto, individualmente, existem medidas que podem ser tomadas

Publicado em 10/10/2024 às 10:25

A crise climática e a poluição geram impactos significativos no mundo todo, afetando a saúde humana, o meio ambiente e a economia. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a estimativa é que a poluição do ar causa aproximadamente 7 milhões de mortes prematuras anualmente.

O corpo humano, quando exposto a metais pesados, pode enfrentar alterações no sistema nervoso, resultando em problemas cognitivos e desenvolvimento prejudicado em crianças.

Poluentes, como dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4), contribuem para o aquecimento global, causando mudanças climáticas que afetam padrões climáticos, ecossistemas e biodiversidade.

A poluição é um problema complexo e multifacetado que requer ações urgentes e coordenadas para mitigar seus efeitos e promover um ambiente saudável para todos. Mas, não são apenas as ações macro que fazem a diferença.

O combate à poluição individual é um tema de extrema importância, e pequenas ações cotidianas podem fazer uma grande diferença.

Medidas individuais

A coordenadora de engenharias do Centro Universitário UniFBV Wyden, Fernanda Fragoso, pós-graduada em Gestão e Inovação e mestre em Engenharia com foco em sustentabilidade, destaca a importância das ações individuais na preservação ambiental.

“Muitas vezes temos a percepção de que os problemas ambientais, como a poluição do ar e dos rios, são tão grandes que nossos esforços parecem insignificantes, mas quando você vai à praia e recolhe seu próprio lixo ou verifica se no prédio onde você mora há coleta seletiva, você já está contribuindo de forma significativa para o meio ambiente”, ressalta.

Estudos indicam que cerca de 30% do lixo urbano é gerado por residências, e atitudes simples, como a coleta de lixo reciclável, podem ajudar a reduzir a quantidade de resíduos enviados a aterros sanitários.

A reciclagem, por sua vez, pode diminuir em até 75% a quantidade de resíduos, sendo que cada tonelada de papel reciclado salva aproximadamente 17 árvores, 7.000 galões de água e 4.100 kWh de energia.

“Muitos prédios na região metropolitana de Recife já possuem parcerias com empresas que recolhem materiais recicláveis, mas quando esse serviço não está disponível, é importante levar a questão ao síndico. A adoção de um programa de reciclagem, por exemplo, evita que resíduos sejam descartados de maneira inadequada e, consequentemente, reduz o impacto ambiental”, enfatiza a professora Fernanda.

Outro ponto que a professora da disciplina sociedade e sustentabilidade da UniFBV aborda, é o descarte correto do óleo de cozinha, um resíduo que, quando jogado na pia, pode causar graves problemas ao meio ambiente e encarecer o processo de tratamento da água.

O óleo deve ser destinado a pontos de coleta específicos, onde é recolhido para descarte adequado. “O descarte inadequado de óleo de cozinha é outro problema significativo, pois apenas 1 litro de óleo pode contaminar até 1 milhão de litros de água”, explica.

“O tratamento da água contaminada por óleo é mais caro e complexo, o que aumenta os custos para as companhias de água e, consequentemente, para os consumidores”, afirma.

Além disso, a poluição do ar, que causa doenças respiratórias, pode ser mitigada por pequenas ações, como evitar o uso de veículos motorizados para distâncias curtas, optando por caminhadas ou transporte público.

Um estudo mostrou que, ao reduzir o uso de carros, uma pessoa pode evitar a emissão de cerca de 2.000 kg de CO2 por ano.

Educação ambiental

A educação e a conscientização desempenham um papel crucial nesse processo. Pesquisas mostram que programas de educação ambiental que incentivam ações individuais resultam em maior participação em práticas de sustentabilidade, como reciclagem e uso consciente de recursos.

Exemplos de ações que podem ser adotadas incluem a implementação de coleta seletiva em prédios, o uso de sacolas reutilizáveis e a escolha de produtos com menor impacto ambiental, como alimentos orgânicos e de origem local.

A coordenadora ressalta a importância de atitudes simples no dia a dia e de refletir sobre o nosso papel como cidadãos é fundamental para a proteção do meio ambiente, pensando sempre em deixar um legado positivo para as futuras gerações.

“O mais importante é a gente pensar o nosso papel, o que é que eu como cidadã posso fazer para melhorar ou proteger mais o meu ambiente, o que é o ambiente que a gente vive, que é o ambiente que a gente quer passar para as nossas futuras gerações melhor do que quando a gente passou por ele. Acredito que vale muito a pena essa conscientização do individual”, finaliza.

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