Macedo: documento final do G20 Social chegará a Lula no sábado (16)
O secretário-geral da Presidência da República teve um carro da sua comitiva roubado no Rio, mas disse que não houve vítimas e que tudo foi resolvido
O secretário-geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, informou nesta quinta (14) que o documento final do G20 Social, baseado nos três pilares de discussão nos fóruns, será entregue na manhã de sábado (16) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Macêdo afirmou que o documento "será aclamado" pelos movimentos sociais e pela Constituição. "A cúpula social do G20 é o desaguar de um debate de um ano", disse Macêdo, após a abertura do G20 Social, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. Segundo ele, o presidente da África do Sul, próximo país anfitrião do G20, estará presente para também receber o documento.
"Outra notícia boa é que o governo sul-africano já disse que vai fazer o G20 social no próximo ano", informou. "O Brasil está pautando esse projeto, está propondo uma Aliança Global. Não é só uma discussão política, está propondo a taxação dos super ricos, está propondo uma Aliança Global contra a fome, está mostrando o cardápio de políticas públicas que nós temos como Bolsa Família, que pode ser exemplo para o mundo, que pode fazer um debate sobre uma renda básica universal. Então, é isso que nós estamos fazendo aqui.", resumiu Macedo.
O ministro teve um carro da sua comitiva roubado no Rio, mas assegurou que não houve vítimas e "que já está tudo resolvido", minimizou.
DEMANDA ECONÔMICA
Linhas de crédito voltadas para pequenos e médios empreendedores das periferias e a formação de uma coalizão de bancos de desenvolvimento para políticas conjuntas de inclusão social e étnica são algumas das propostas que fazem parte do documento Empoderamento Econômico da População Afrodescendente e o papel dos Bancos Nacional e Multilaterais de Desenvolvimento.
As propostas, que buscam reduzir assimetrias raciais e de gênero no acesso ao crédito e a outros serviços financeiros, serão levadas a bancos de desenvolvimento como o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e Banco Interamericano de Desenvolvimento, além de outras instituições financeiras privadas.“Apesar dos avanços que tivemos em indicadores sociais e acesso a serviços públicos, a discriminação racial da população negra pela população branca não mudou. A população negra continua recebendo salários menores que a população branca, continua tendo menos acesso a serviços, sofrendo violência e tendo menos acesso ao mercado de trabalho”, afirma a presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Luciana Servo.
O Ipea é uma das instituições que participaram da elaboração das propostas, junto com Geledés - Instituto da Mulher Negra, o Ipea, grupos de engajamento do G20, Civil 20 (C20), Think 20 (T20), Women 20 (W20) e a ONU Mulheres Brasil.Segundo Servo, um acesso mais justo a serviços financeiros vai contribuir para a redução de desigualdades. “Recursos podem e devem ser direcionados para a população negra e, ao serem direcionados, vão mudar o modelo de desenvolvimento do Brasil e de outros países”, disse ela.
Recomendações
O documento apresenta sugestões divididas em três eixos: recomendações para Instituições Financeiras e Bancos de Desenvolvimento; recomendações para Política Pública e Governos; e recomendações para Fortalecimento da Sociedade Civil e Parcerias Intersetoriais.