SÃO PAULO | Notícia

MP denuncia 6 pela execução de delator do PCC

No documento, também foi pedida uma indenização de R$ 100 mil a cada um dos envolvidos para os familiares das duas vítimas do caso

Por Estadão Conteúdo Publicado em 17/03/2025 às 19:40

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou à Justiça seis envolvidos no assassinato do delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), Vinicius Gritzbach. Também foi solicitada a conversão da prisão temporária deles em preventiva. Eles respondem pelo homicídio do delator e pela morte do motorista de aplicativo atingido pelos disparos feitos em novembro na área de desembarque do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.

No documento, também foi pedida uma indenização de R$ 100 mil a cada um dos envolvidos para os familiares das duas vítimas. Além de R$ 20 mil para cada uma das duas vítimas que foram atingidas por estilhaços das balas de fuzil e mais R$ 1 milhão por danos morais à sociedade, que deve ir para um fundo social.

ENTENDIMENTO DO MP

No entendimento do MP, os indiciados assumiram o risco de matar muitas pessoas ao cometerem a execução em horário e local com grande circulação de gente, atentando, assim, contra a sociedade

"Nós estamos falando do maior aeroporto da América Latina", afirmou a promotora de Justiça da comarca de Guarulhos, responsável pela denúncia, Vania Caceres Stefanoni. "Esse crime trouxe reflexos internacionais."

Na sexta-feira, a força-tarefa policial já havia apresentado a conclusão do caso e apontado, além dos seis suspeitos, outros dois homens que teriam auxiliado na fuga dos assassinos no dia do crime. Dentre os envolvidos estão os traficantes do PCC Emílio Carlos Gongorra Castilho, o Cigarreira, e Diego dos Santos Amaral, conhecido como Didi. Os dois estão foragidos e possivelmente se escondendo em comunidades no Rio. Dos denunciados, Kauê do Amaral Coelho, que teria atuado como olheiro no dia, também está foragido.

PRESOS

Estão presos e foram denunciados como atiradores os policiais militares Denis Antônio Martins, que era cabo da PM, e Ruan Silva Rodrigues, soldado da PM. Também detido, o tenente Fernando Genauro teria levado de carro Denis e Ruan até o aeroporto. De acordo com o promotor Rodrigo Merli, também da comarca de Guarulhos, essa primeira denúncia foi apresentada antes do fim da investigação em uma tentativa de manter presos os três homens, que já estão em regime de prisão temporária.

Embora os trabalhos do MP e da polícia tenham chegado aos mesmos nomes, a Promotoria não descarta a possibilidade de outros envolvidos no crime. "O caso não se encerrou", disse Vania Caceres Stefanoni. Na avaliação do MP, as investigações ainda "estão longe do fim".

"Essas seis pessoas, nós temos convicção das suas participações. Mas outro inquérito vai investigar outros núcleos possivelmente conectados ao crime", afirmou a promotora. As defesas dos seis indiciados não foram localizadas pela reportagem.

 

Compartilhe