NEUROCIÊNCIA

Um chute para ficar na história da copa e da neurociência

Em entrevista ao JC, Miguel Nicolelis fala sobre avanços no estudo do cérebro

Do JC Online
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Publicado em 14/08/2011 às 21:04
Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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O paulistano Miguel Nicolelis, 50 anos, é o neurocientista que, há oito anos, iniciou na Região Metropolitana de Natal projeto que une pesquisa científica e inclusão social. Um dos cientistas brasileiros mais conhecidos no exterior, está cotado para o Nobel.

Em entrevista para o JC, concedida por telefone de seu laboratório na Universidade Duke (Carolina do Norte, EUA) à repórter Verônica Falcão, ele fala sobre avanços da neurociência e comenta a cisão ocorrida recentemente no instituto que dirige no Rio Grande do Norte.

JORNAL DO COMMERCIO - Em relação à sua pretensão de fazer um tetraplégico dar um chute na bola, na solenidade da abertura da Copa de 2014, em que estágio está o projeto e como senhor pretende fazer essa intervenção no cérebro dele da forma menos invasiva possível?

MIGUEL NICOLELIS - Essa rotina de fazer implantes cerebrais já faz parte da medicina moderna. Existem milhares de pacientes no mundo – quase 100 mil – que têm implante na cabeça para tratar algum tipo de doença. Vamos adotar todo um procedimento que salvaguarde claramente a segurança e a saúde desse paciente e dê a ele um retorno clínico que justifique o procedimento neurocirúrgico.

JC - Essa é uma intervenção que trará benefícios duradouros para o paciente ou apenas permitirá que chute a bola naquele momento?

NICOLELIS - É como um implante cardíaco: pro resto da vida. Não tem nada antiético ou que vá de encontro à prática da boa medicina. Quando você tem um benefício muito importante para um paciente e que não há outra alternativa terapêutica, você tem uma justificativa médica para fazer uma intervenção cirúrgica. Esses implantes não causam danos, são simples de serem feitos. Nós temos animais (macacos) que sobreviveram sete anos com implantes. E ainda estão vivos. Temos trabalhos que vão sair proximamente mostrando que, depois de todo esse tempo, não existe dano para o sistema nervoso central.

Confira a entrevista completa na edição desta segunda-feira (15) do caderno Cidades do JC.

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