ARQUEOLOGIA

Descobertas novas gravuras rupestres em Petrolina

Inscrições feitas no Açude do Pontal têm mais de seis mil anos, segundo arqueólogo

Claudia Parente
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Claudia Parente
Publicado em 24/08/2014 às 7:05
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Novas gravuras rupestres que indicam a existência de uma comunidade pré-colonial foram identificadas no distrito de Rajada, a 40 km de Petrolina, no Sertão do São Francisco. Nas pedras empilhadas do Riacho do Pontal há imagens em baixo relevo que se assemelham a pessoas (antropomorfas), árvores, folhas de palmeira e cruzes, além de figuras geométricas. As conclusões preliminares do arqueólogo Celito Kestering, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), depois de visitar o local, é que as inscrições foram feitas há mais de seis mil anos, quando se estabeleceu as condições climáticas vigentes.

“Como elas estão gravadas no leito do riacho, conclui-se que foram feitas já no semiárido, durante a seca”, explica o arqueólogo. Curiosamente, a descoberta dos primeiros registros rupestres de Rajada ocorreu este ano, depois que o manancial secou completamente por causa dos últimos anos de estiagem severa. Celito Kestering acredita que, na época das gravuras, o Riacho do Pontal era um dos afluentes do Rio São Francisco.

Inscrições rupestres funcionavam como marcadores de memória, segundo o arqueólogo. “Elas representam o que era importante para a sobrevivência do grupo”, revela. Ele cita como exemplo uma imagem recorrente no Riacho do Pontal, identificada como jararaca-malha-de cascavel, e outras de cascavel. “Era um alerta à população para tomar cuidados com essas cobras.” 

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Registros feitos por povos antigos foram descobertos nas rochas do Riacho do Pontal, em Petrolina - Divulgação
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O arqueólogo informa que as gravuras de Rajada classificam-se no que a arqueologia define como Tradição São Francisco - classe cuja predominância é de figuras reconhecíveis. “Há uma diferença entre pinturas e gravuras reconhecíveis das conhecíveis”, esclarece. “As conhecíveis, da Tradição Nordeste, retratam elementos do mundo que tanto o autor quanto o pesquisador conhecem. Nas reconhecíveis, os autores sabiam o significado, mas o pesquisador não, porque ele está em outro contexto.”

O padrão temático dominante reforça a hipótese de que as imagens foram feitas por caçadores, agricultores e pescadores do Vale do São Francisco. “No processo de identificação, sempre observamos as figuras mais recorrentes. Quando desvendarmos o contexto, entenderemos o significado”, afirma.

O arqueólogo, que estuda pinturas rupestres desde 1993 na área do médio e submédio São Francisco, enxerga os registros rupestres como fragmentos de um sistema de comunicação das sociedades antigas. “Quem estuda gravuras costuma classificá-las como tradição. Prefiro classificar como estilo porque sua técnica está relacionada com o tempo”, explica.

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