Nobel

Nobel de Química para dois americanos e um alemão por trabalhos com microscópio

Três cientistas recebem o prêmio por trabalho que permite observar o interior das moléculas individuais dentro das células vivas

Da AFP
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Publicado em 08/10/2014 às 8:28
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Três cientistas recebem o prêmio por trabalho que permite observar o interior das moléculas individuais dentro das células vivas - FOTO: Foto: AFP
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O prêmio Nobel de Química de 2014 foi concedido a dois americanos, Eric Betzig e William Moerner, e a um alemão, Stefan Hell, por trabalhos para criar um microscópio de alta resolução que permite estudar os tecidos moleculares.

Os três cientistas recebem o prêmio pelo "desenvolvimento da microscopia de fluorescência de alta resolução", a chamada nanoscopia, anunciou o júri.

"Durante muitos anos, microscopia viveu com uma suposta limitação: o fato de que nuca seria possível obter uma resolução melhor que a metade da longitude de ondulação da luz", destacou o júri.

O limite de 0,2 nanômetro (0,2 bilionésima parte de um metro) foi definido pelo alemão Ernst Abbe em 1873. Porém, mais de um século depois, o avanço da ciência permitiu superar a barreira.

"Com a ajuda da moléculas fluorescentes, os vencedores do Nobel de Química 2014 superaram a limitação com engenhosidade. Seu trabalho pioneiro levou microscopia óptica à dimensão nanométrica", destaca o Comitê.

As pesquisas premiadas foram concluídas nos últimos anos.

Stefan Hell, de 51 anos, diretor de dois prestigiosos institutos de pesquisas na Alemanha (em química e oncologia), apresentou no ano 2000 a técnica de microscopia de alta resolução STED (Stimulated Emission Depletion).

"São usados dois raios laser: um estimula as moléculas fluorescentes para que brilhem e o outro suprime qualquer fluorescência, exceto as de volume nanométrico. Ao escanear o objeto nanômetro por nanômetro você obtém uma imagem", explicou a Academia Real das Ciências.

Eric Betzig, de 54 anos, e William Moerner, de 61 anos, criaram, cada um de maneira separada, microscopia monomolecular ("single-molecule microscopy").

"O método se baseia na possibilidade de acender e apagar a fluorescência das moléculas individuais. Os cientistas representam a mesma zona em várias oportunidades, permitindo que brilhem apenas algumas moléculas dispersas a cada vez. A superposição das imagens cria uma super-imagem densa, cuja resolução alcança o nível nanométrico", resumiu o júri.

Os vencedores receberão o prêmio em 10 de dezembro em Estocolmo. Eles dividirão oito milhões de coroas suecas (1,1 milhão de dólares).

O trio sucede o austro-americano Martin Karplus, o britânico-americano Michael Levitt e o israelense-americano Arieh Warshel, premiados em 2013 por trabalhos sobre a modelagem informática das reações químicas.

O Nobel de Química não costuma ser atribuído a mais de duas pessoas. Isto aconteceu apenas 19 vezes desde 1901.

O Nobel de 2014 entra para a história por premiar trabalhos que podem ser entendidos de forma direta pelo público. Os vencedores em Medicina pesquisaram a zona do cérebro que dá o sentido de orientação, enquanto os estudos dos vencedores de Física permitiram a criação das lâmpadas de LED de baixo consumo.

Ainda serão anunciados os vencedores do Nobel de Literatura (quinta-feira), da Paz (sexta-feira) e de Economia (segunda-feira).

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