Após 20 anos de dedicação ao desenvolvimento da vacina contra a dengue, a Sanofi Pasteur chegou ao final do estudo que confirma a eficácia do produto, que deve estar disponível no Brasil para comercialização e uso pela rede pública ainda em 2015, após passar por aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os testes demonstraram que o imunizante oferece proteção contra 95,5% dos casos graves da doença e reduz em 80,3% o risco de hospitalizações. Além disso, a vacina demonstrou proteção de 60,8% contra os quatro tipos de dengue.
Esses percentuais levam à seguinte interpretação: a cada 100 pessoas imunizadas, 60,8 não contraem a dengue. Entre aqueles que adquirem, 95,5 em cada grupo de 100 não evoluíram com as formas graves, que podem causar hemorragia.
Até a segunda semana de outubro, foram notificados em Pernambuco 9.962 casos da doença – um aumento de aproximadamente 27% em relação ao mesmo período de 2013, segundo o último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde. O Estado tem 24 municípios em situação de risco para a dengue, além de outros 99 em alerta, incluindo o Recife. Com a chegada do produto, a expectativa é que os casos com agravamento praticamente desapareçam e que as internações diminuam.
“A vacina servirá como instrumento importante para que seja atingida a meta da Organização Mundial da Saúde, que pretende reduzir em 50% a mortalidade por dengue até 2020”, diz a médica Lucia Bricks, diretora de saúde pública da Sanofi Pasteur. A empresa inaugurou, em Neuville-sur-Saône, no Leste da França, uma fábrica especialmente para a produção da vacina e que já está pronta para operar.