No período Mioceno, há oito milhões de anos, um predador gigante habitava os megapântanos que existiam na região amazônica. Medindo cerca de 12,5 metros e pesando 8,4 toneladas, ele era do tamanho do famoso Tiranossauro rex, mas tinha uma mordida duas vezes mais potente. Estava no topo da cadeia alimentar. Este mês, o supercrocodilo Purussaurus brasiliensis foi apresentado ao mundo pela respeitada revista científica Plos ONE. O artigo é de um grupo de pesquisadores de várias universidades do Brasil, incluindo a Federal de Pernambuco.
Segundo o pesquisador Tito Aurealiano, da UFPE, o animal tinha sido descrito apenas em resumo expandido de congresso, em língua portuguesa. “Resolvemos reunir tudo o que se conhecia do supercroc e fazer uma revisão completa”, explica. Um dos autores do artigo é Jonas Souza Filho, que encontrou o crânio do Purussaurus em 1986, no Acre. Esse fóssil de 1,40 metro norteou os estudos para a publicação do artigo.
Tito Aureliano conta que ele e os colegas Aline Ghilardi, Robson Guilherme, Mauro Cavalcanti e Douglas Riff desenvolveram um modelo matemático para estimar as medidas do animal e o impacto de sua mordida. “Usamos informações de jacarés brasileiros e de crocodilos do mundo inteiro para criar esse modelo”, explica. “Agora, ele poderá ser utilizado em pesquisas com outros táxons de super croc.”