Praia do Cachorro

Polícia Federal investiga denúncia de crime ambiental em praia de Fernando de Noronha

Vazamento na Estação Elevatória de Esgoto da Compesa seria o responsável por impedir o banho de mar na área

Do JC Online
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Publicado em 23/03/2015 às 8:28
Foto: Divulgação/Polícia Federal
Vazamento na Estação Elevatória de Esgoto da Compesa seria o responsável por impedir o banho de mar na área - FOTO: Foto: Divulgação/Polícia Federal
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Uma equipe da Polícia Federal iniciou na última sexta-feira (20) a investigação de uma denúncia de crime ambiental na Praia do Cachorro, no centro histórico de Fernando de Noronha. O local foi interditado no dia 18 deste mês pelo Departamento de Vigilância em Saúde da administração da ilha, depois de constatar a poluição do mar. A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), responsável pela contaminhação informou por meio de nota que o problema de extravasamento de esgoto será resolvido até a próxima quarta-feira (25). A contaminação da região, que faz parte de uma Área de Preservação Ambiental, é crime federal, por isso a PF foi acionada.

Segundo o gerente da Compesa em Noronha, Djair Pinto, a causa foi a queima de uma das bombas da estação elevatória da Vila dos Remédios no dia 17, no qual choveu forte na ilha. Sem o equipamento para bombear os resíduos para a estação de tratamento de esgoto, a cerca de 300 metros de distância da elevatória, aproximadamente 50% dos dejetos coletados na ilha transbordaram para a caixa de areia e foram parar na praia.

Comentando que pode ter entrado areia no equipamento durante a chuva, Djair afirmou que a bomba, com cerca de 200 quilos, já deveria estar na ilha desde o dia 18. “Mas o veículo que a transportava ficou preso no protesto dos taxistas, no Recife, e o nosso pessoal perdeu o voo”, lamentou. O administrador de Fernando de Noronha, Reginaldo Valença Júnior, periodicamente, é feita coleta para análise da qualidade da água do mar. 

O diretor Metropolitano da Compesa, Fernando Lôbo, relatou que as bombas irão ser levadas até à ilha na quarta-feira (25) em um avião da Aeronáutica.

Durante a vistoria, os inspetores da PF fizeram fotos e recolheram amostras da água para constatar as circunstâncias em que se deu a poluição, além da magnitude dos danos ambientais verificados na área atingida.

A Praia do Cachorro deve continuar interditada até, pelo menos, a próxima sexta-feira (27), quando deverá ser constatado que o contato com a água não poderá trazer riscos à saúde. Funcionários da Gestão de Meio Ambiente estão na praia, orientando moradores e visitantes. Todas as informações dadas pela Compesa serão checadas e confrontadas com o laudo pericial que tem previsão para ficar pronto em 30 dias.

Em Noronha, que possui em torno de 4,5 mil habitantes, 62% dos domicílios estão ligados à rede de esgoto. A estação elevatória da Vila dos Remédios foi ampliada há apenas três anos, segundo Djair Pinto. “Infelizmente, acidentes acontecem.”

Essa não foi a primeira interdição da Praia do Cachorro, causada por despejo de esgoto. A última ocorrência foi em março do ano passado, depois que uma chuva forte danificou a rede de esgotamento sanitário. A praia foi liberada em 24 horas.

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