No que depender da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), as obras de urbanização da Bacia do Fragoso e construção da Via Metropolitana Norte, em Olinda, no Grande Recife, vão continuar normalmente, conforme nota encaminhada pelo órgão ao JC, nesta quinta-feira.
O projeto prevê a supressão de 13 hectares de área de preservação permanente, com a derrubada de centenas de árvores, ação paralisada na quarta-feira após a promotora de Justiça e Cidadania da cidade, Belize Câmara, requisitar apoio da Polícia Militar para apuração de crime ambiental. Duas pessoas chegaram a ser levadas à Delegacia de Polícia de Meio Ambiente (Depoma), que instaurou inquérito.
A promotora cobra à CPRH a apresentação de Estudo de Impacto Ambiental (EIA/Rima), mas a agência alega que o documento é desnecessário, pois foi feito um amplo estudo ambiental pela Secretaria das Cidades, além de o projeto ter anuência da Prefeitura de Olinda.
A obra prevê a urbanização da Bacia do Fragoso e construção de uma via ligando a PE-15 a PE-01, com 6,1 quilômetros de extensão. O objetivo é acabar com constantes alagamentos da área e melhorar o trânsito local.
Não estou contestando se a obra deve ser feita ou não, mas sim sua forma”, destaca Belize.
Na sexta-feira passada foi iniciada a derrubada de várias árvores na Sementeira Municipal de Olinda, em Jardim Atlântico. Interrompida pela PM, na quinta-feira, a ação salvou dois baobás de 28 anos existentes no terreno. Nativos da ilha de Madagascar, do continente africano e Médio Oriente e da Austrália, estima-se que os baobás podem viver milhares de anos.