PRESERVAÇÃO

Ninho de tartarugas eclode na orla do Pina

Dos cem ovos, depositados há 55 dias, nasceram apenas 49 filhotes

Claudia Parente
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Claudia Parente
Publicado em 08/05/2015 às 8:03
Foto: Ricardo B. labastier/JC Imagem
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Dezenas de pessoas se aglomeraram na Praia do Pina, zona Sul do Recife, no fim da tarde desta quinta-feira (7), para ver a eclosão de um ninho de tartarugas-de-pente, espécie de ocorrência mais comum em Pernambuco. Os ovos foram depositados há 56 dias, na altura do 1º Jardim, e estavam sendo monitorados por um voluntário do Projeto Tamar, de preservação das tartarugas marinhas.

Dos 100 ovos do ninho - enterrado a meio metro de profundidade e cercado por redes e estacas para evitar depredação -, nasceram apenas 49 tartaruguinhas. “Como as ondas às vezes cobrem o ninho, muitos ovos são atacados por fungos e bactérias e não vingam”, explica Adriano Artoni, voluntário do Tamar. Ele desenterrou os filhotes com ajuda de uma criança e sob os flashes de curiosos que queriam registrar o momento com seus smartphones. “Tenho muita penas desses filhotes porque os ninhos não são seguros. A autoridades deveriam cuidar melhor deles”, opina a bióloga aposentada Nara Lira, que foi à praia ver o nascimento.

Foto: Ricardo B. labastier/JC Imagem
Cerca em volta do ninho é retirada pelo voluntário do Projeto Tamar Adriano Artoni - Foto: Ricardo B. labastier/JC Imagem
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Tartaruguinhas saem dos ovos - Foto: Ricardo B. labastier/JC Imagem
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Adriano tira as tartarugas do ninho - Foto: Ricardo B. labastier/JC Imagem
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Animais cabem na palma da mão ao nascer. Na idade adulta podem pesar até 150 quilos - Foto: Ricardo B. labastier/JC Imagem
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Adriano mostra as primeiras tartarugas - Foto: Ricardo B. labastier/JC Imagem
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Tartarugas estão enterradas a meio metro de profundidade - Foto: Ricardo B. labastier/JC Imagem
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Crianças observam tartarugas correndo em direção ao mar - Foto: Ricardo B. labastier/JC Imagem
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Animais correm para o mar com ajuda de voluntário - Foto: Ricardo B. labastier/JC Imagem

O momento mais esperado foi a corrida dos animais ao mar. As tartaruguinhas precisaram de muita perseverança para enfrentar a força das ondas que as levavam de volta à praia. Essa batalha pela sobrevivência, aliás, está só começando. De 100 tartarugas nascidas, estima-se que apenas uma ou duas chegue à idade adulta. É por esse motivo que o animal está incluído na categoria Criticamente ameaçado de extinção, na lista das espécies do ICMBio.

Segundo Adriano, este foi o segundo ninho a eclodir no litoral do Recife este ano. “No outro, nasceram 86 filhotes”, conta, informando que outras 186 tartaruguinhas nasceram na Praia de Piedade, Jaboatão, onde também monitora ninhos. “Aos poucos, a população começa a respeitar nosso trabalho”, diz.

No Recife, o trabalho de fiscalização conta com o apoio da Brigada Ambiental, unidade da Guarda Municipal. “Passamos pelos ninhos três vezes por dia mas, como não podemos ficar muito tempo, é importante contar com a ajuda de parceiros como os garis e os ambulantes que trabalham na praia”, diz o guarda Omar Ramos. É bom a população acompanhar o nascimento porque aprende a valorizar esses animais.”

Em Pernambuco, a desova começa em setembro, mas o período reprodutivo se estende até maio. Quando adulta, a tartaruga-de-pente pode atingir 114 centímetros e pesar 150 quilos.

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