FITOTERAPIA

Jardim Botânico e Secretaria de Saúde do Recife vão produzir medicamentos naturais

Produtos feitos com plantas medicinais serão distribuídos em postos de saúde

Claudia Parente
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Claudia Parente
Publicado em 10/05/2015 às 8:10
Fernando da Hora/JC Imagem
Produtos feitos com plantas medicinais serão distribuídos em postos de saúde - FOTO: Fernando da Hora/JC Imagem
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Embora o uso de plantas medicinais seja tão antigo quanto a humanidade, essas ervas sempre foram vistas com desconfiança pela classe médica tradicional e até pela Igreja. Quantas mulheres não foram acusadas de bruxaria pelo Tribunal do Santo Ofício (Inquisição), na Idade Média, por causa de uma simples receita de chá? Mas hoje o panorama é outro. Em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, o Jardim Botânico do Recife (JBR) vai cultivar plantas medicinais para produzir fitoterápicos que serão distribuídos gratuitamente na rede de atenção básica do município.

O projeto Farmácia Viva venceu um edital do Ministério da Saúde no fim de 2014 e garantiu cerca de R$ 450 mil para estruturação do serviço e compra de equipamentos. “Nossa expectativa é produzir os fitoterápicos em até dois anos”, informa Tiago Ribeiro, coordenador de Políticas e Práticas Integrativas da Secretaria de Saúde do Recife. Ele esclarece que essa não é a primeira experiência da secretaria com medicamentos naturais. “Nossa unidade preconiza a assistência farmacêutica com o uso racional das plantas medicinais. Já compramos, regularmente, cinco fitoterápicos da Relação Nacional de Medicamentos do Ministério da Saúde e também oferecemos curso gratuito de fitoterapia no Centro Integrado de Saúde”, diz.

O viveiro e o laboratório serão instalados no Jardim Botânico, num espaço anexo onde funcionava a antiga Fundação CDL. Ali, os técnicos do JBR vão cultivar dez espécies de plantas medicinais. “Escolhemos ervas que atendem às principais queixas da população, como problemas respiratórios e gastrointestinais. Algumas delas atuam como anti-inflamatório ou têm ação calmante”, explica Tiago. Também foram levadas em conta as condições de solo e clima do Jardim Botânico. “Essas dez espécies são mais adequadas para área de mata atlântica”, esclarece o engenheiro agrônomo do JBR, Bruno Viana, responsável pelo plantio.

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