Biodiversidade

Fêmea de peixe-boi terá de voltar ao lar, em Alagoas

Animal apareceu na Ilha de Deus, atraindo a atenção da comunidade

Do JC Online
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Publicado em 23/07/2015 às 7:10
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Na manhã de ontem, às margens da comunidade Ilha de Deus, no bairro da Imbiribeira, Zona Sul do Recife, os olhos da população se voltaram para Natália – uma fêmea de peixe-boi que foi reintroduzida na natureza no Recinto do Rio Tatuamunha, município de Porto de Pedras, em Alagoas. Há cerca de dois meses, o animal decidiu se deslocar para Pernambuco. Por correr risco devido à poluição que toma conta da ilha, Natália será levada de volta para o Rio Tatuamunha na próxima semana.

“O deslocamento de peixes-bois reintroduzidos na natureza são esperados, pois se trata de animais que desejam explorar novas áreas para se alimentar e descansar. O problema é que Natália está numa água muito suja. Isso é perigoso porque ela pode ingerir o lixo e vir a óbito”, explica a bióloga Fábia Luna, coordenadora do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). “Com a maré baixa daqui a alguns dias, ficará mais fácil fazer a remoção para Alagoas.”

Por ser dócil, Natália tem conquistado crianças, adultos e idosos, que fazem questão de acariciá-la e alimentá-la. Essa prática, no entanto, não é recomendada pelo CMA. É prejudicial oferecer comidas, dar água e se aproximar de qualquer peixe-boi, espécie criticamente ameaçada de extinção no Brasil. De acordo com Fábia Luna, além de Natália correr risco pela poluição do rio, existe uma preocupação do CMA pelo fato de alguns moradores da Ilha de Deus ameaçarem que vão maltratar e até matar a fêmea. Por apresentar bom estado de saúde, ela não precisará ficar em cativeiro, em Alagoas.

“Diariamente uma equipe do centro monitora via satélite o animal, que tem um transmissor preso à nadadeira caudal. Assim, conseguimos rastrear Natália e saber onde ela está.” Além disso, equipes do CMA vão com frequência ao local onde a fêmea de peixe-boi se encontra. “Na segunda-feira, duas pessoas vieram aqui para vê-la. É bom que algo seja feito para tirá-la da ilha, pois um barco com motor pode ferir e até matá-la”, diz a dona de casa Simone Oliveira da Cunha, 39 anos, que mora na Ilha de Deus.

Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Peixe-boi aparece na Ilha de Deus, na Imbiribeira, e chama atenção da comunidade - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Peixe-boi aparece na Ilha de Deus, na Imbiribeira, e chama atenção da comunidade - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Peixe-boi aparece na Ilha de Deus, na Imbiribeira, e chama atenção da comunidade - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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Peixe-boi aparece na Ilha de Deus, na Imbiribeira, e chama atenção da comunidade - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem

Embora seja um animal dócil, o peixe-boi pode machucar as pessoas que estão por perto enquanto ele se desloca. Considerado um mamífero aquático de grande porte, o peixe-boi é geralmente carregado por 15 pessoas. Só Natália, aos 4 anos e meio de idade, tem cerca de 300 quilos – mesmo peso de Clara, outra fêmea de peixe-boi que foi reintroduzida na natureza no Recinto do Rio Tatuamunha e se deslocou para Pernambuco há aproximadamente dois meses.

“Diferentemente de Natália, Clara não precisa voltar para Alagoas, pois está num local seguro, na orla de Olinda. Então, pode ficar livremente aqui pelo Estado, já que o deslocamento é um comportamento normal dos peixes-bois”, explica Fábia.

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