SUSTENTABILIDADE

Oásis despontam em meio ao semiárido

Com apoio da ONG Caatinga, agricultores estão usando os quintais de casa para cultivar frutas, hortaliças e até mudas de espécies nativas

Claudia Parente
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Claudia Parente
Publicado em 09/08/2015 às 8:05
Elka Macedo/ Caatinga
FOTO: Elka Macedo/ Caatinga
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Em meio à imensidão de terra esturricada por uma seca que castiga o Sertão há quatro anos, pequenos oásis despontam como uma miragem. São espaços onde brotam as frutas mais variadas, mudas de espécies nativas, hortaliças e verduras. Com apoio da ONG Caatinga, pequenos agricultores da região do Araripe estão mostrando que é possível não somente adaptar-se às adversidades climáticas, mas tirar proveito delas, usando técnicas agroecológicas que não agridem o meio ambiente. Além de garantir comida na mesa, a iniciativa reforça a renda familiar.

“As famílias sempre possuíram quintais. Há cinco anos começamos a perceber que esse espaço era o mais democrático da propriedade. As mulheres, inclusive, conseguiam se inserir na atividade produtiva através deles porque não precisavam se distanciar de casa”, explica o coordenador do projeto da Caatinga, Giovane Xenofonte, acrescentando que a ideia dos quintais produtivos tomou corpo depois de um debate promovido pela Universidade Federal de Pernambuco para troca de experiências em agroecologia.

Elka Macedo/ Caatinga
Chico Peba e Maria Celsa na plantação de mamão - Elka Macedo/ Caatinga
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Chico Peba e Maria Celsa, de Santa Cruz, mostram o plantio de maracujá no quintal - Elka Macedo/ Caatinga
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Adão, Fabiana e os filhos colhem hortaliças, irrigadas com água reaproveitada do banheiro e da pia - Elka Macedo/ Caatinga
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Adão e Fabiana cultivam horta em Ouricuri - Elka Macedo/ Caatinga
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Família Lermen cultiva produtos variados na Serra dos Paus Doias, em Exu - Elka Macedo/ Caatinga
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Agrofloresta da família Lermen, na Serra dos Paus Doias, em Exu - Elka Macedo/ Caatinga
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Agrofloresta da família Lermen, na Serra dos Paus Doias, em Exu - Elka Macedo/ Caatinga
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Quintal produtivo de Ireni Almeida, na zona rural de Ouricuri - Elka Macedo/ Caatinga
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Colheita de verduras no quintal produtivo de Ireni Almeida, zona rural de Ouricuri - Elka Macedo/ Caatinga
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Socorro Neto e o marido colhem verduras no quintal - Elka Macedo/ Caatinga
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Socorro Neto rega o plantio de mudas des espécies nativas no sítio onde mora, em Parnamirim - Elka Macedo/ Caatinga
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O casal Chico Peba e Maria Celsa produz frutas sem uso de agrotóxicos - Elka Macedo/ Caatinga

A partir daí, os quintais começaram a ser implementados, associados a outras tecnologias para garantir o fornecimento de água, principal obstáculo a superar no Semiárido. Desde a década de 90, a Caatinga já trabalhava com cisternas de placas pré-moldadas de 16 mil litros, que captam água da chuva para o consumo humano. Também passou a implantar nos sítios, reservatórios maiores, de 52 mil litros, onde a água que desce dos córregos é armazenada. O destino é a irrigação. 

A ONG também estimulou os agricultores a instalar um sistema de reutilização da água usada nas pias e banheiros. Depois de passar por um filtro natural, está pronta para molhar as plantas. “Queremos que o Semiárido seja cada vez mais viável. Para isso, estamos apostando na agricultura familiar, baseada nos princípios da agroecologia”, ressalta Giovane Xenofonte, informando que 800 famílias das cidades do Sertão do Araripe e de Parnamirim já têm quintal produtivo. “A agricultura familiar, às vezes, é vista como tarefa de mera sobrevivência. Mas, se for fortalecida, vai mudar a vida não somente de quem mora na roça.”

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