Preservação

Brasil e Alemanha vão proteger corais do Litoral Sul de Pernambuco

Projeto TerraMar será lançado nesta segunda-feira, em Tamandaré, com presença de autoridades alemãs

Claudia Parente
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Claudia Parente
Publicado em 16/08/2015 às 7:30
Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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A intensa pressão da atividade humana sobre a costa brasileira está levando o País a firmar um acordo de cooperação técnica com o governo da Alemanha para empreender ações de monitoramento e gestão dos recursos naturais. Os dois países vão investir 11 milhões de euros (cerca de R$ 42,5 milhões pelo câmbio de ontem) até 2020 para garantir a preservação da APA Costa dos Corais, em Pernambuco e Alagoas, e do Arquipélago de Abrolhos, entre a Bahia e o Espírito Santo. O Projeto TerraMar será lançado amanhã, em Tamandaré, Litoral Sul, com a presença da chefe do Departamento de Assuntos Internacionais de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente alemão, Almuth Ostermeyer-Schloeder; do secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, Carlos Mário Guedes; e do presidente do ICMBio, Cláudio Maretti. 

Segundo o diretor do Departamento de Zoneamento Territorial do Ministério do Meio Ambiente, Adalberto Eberhard, a APA Costa dos Corais foi escolhida para o projeto-piloto porque atendeu a vários requisitos. “Verificamos que tinha um plano de manejo e boa gestão. Além do mais, Pernambuco tem uma forte política costeira e as universidades locais são engajadas na causa ambiental”, pontuou. Ele chegou a Tamandaré na quarta-feira para esclarecer os membros do conselho consultivo da APA sobre o projeto e a visita da comitiva alemã.

Adalberto Eberhard argumenta que o projeto é inédito porque tanto olha para o mar quanto para o continente, na intenção de identificar todas as ameaças aos recifes de corais. “Tentaremos propor uma abordagem mais branda e sadia do território para evitar que males que vêm de fora, como esgoto, lixo ou despejo de combustíveis, possam afetar a unidade de conservação”, informa.

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Praia do Porto, em Barreiros, está na área da APA Costa dos Corais - Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Coqueiro solitário da Praia do Porto - Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Praia do Porto - Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Praia do Porto - Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Praia do Porto - Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Tamandaré, no Litoral Sul de Pernambuco, onde começa a área da APA marinha Costa dos Corais - Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Tamandaré no Litoral Sul de Pernambuco, onde começa a área da APA marinha Costa dos Corais - Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Manguezal em área de preservação entre Tamandaré e Mamucabinhas - Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Casa construída irregularmente em área de preservação ambiental em Mamucabinhas - Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Muro irregular invade APA Costa dos Corais, em Mamucabinhas - Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Invasão da APA Costa dos Corais, em Mamucabinhas, está sendo alvo de ação na Justiça Federal - Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Invasão na APA Costa dos Corais, Mamucabinhas - Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Mar derrubou murro construído sem autorização em Mamucabinhas - Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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Construção irregular na APA Costa dos Corais, em Mamucabinhas - Foto: Diego Nigro/JC Imagem

Para o diretor, não adianta conservar apenas a APA sem tratar da área em volta. “Se apenas a unidade sobreviver, em breve começará a ter problemas de erosão genética (espécies não se renovam), entre outros. Por isso, pretendemos trabalhar conectados a outras unidades de conservação e envolver Estados e municípios no projeto.”

A APA Costa dos Corais é a maior unidade de conservação federal marinha do Brasil. Tem mais de 400 mil hectares de área, do Litoral Sul de Pernambuco ao norte de Alagoas. É o único ponto de reintrodução do peixe-boi marinho no País, uma das mais ameaçadas espécies de mamíferos aquáticos. 

Já o Arquipélago de Abrolhos tem grande diversidade de espécies endêmicas e abriga o mais importante sistema de recifes de corais do Atlântico Sul com mais de 20 espécies. Também é berçário para as baleias jubarte, que escolhem as águas mornas e rasas do santuário marinho para dar cria. 

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