GOIANA

Baleia é enterrada na praia sob protestos

Veranistas e moradores reclamam do mau cheiro e temem contaminação

Claudia Parente
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Claudia Parente
Publicado em 05/01/2016 às 16:23
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Veranistas e moradores reclamam do mau cheiro e temem contaminação - FOTO: Divulgação
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A baleia da espécie cachalote que apareceu morta na Praia de Carne de Vaca, em Goiana, Litoral Norte de Pernambuco, na tarde de segunda-feira (4) foi enterrada no fim da manhã desta terça (5) sob protestos de alguns moradores e veranistas. Eles temem que a carcaça contamine a área.

"Não estou mais deixando meus filhos brincarem na praia depois que enterraram o animal aqui. Até agora ainda estamos sentindo o mau cheiro", reclamou uma marisqueira que não quis se identificar. Ela mora em frente ao trecho da praia onde a carcaça do mamífero gigante foi sepultado. "Nós pedimos ao pessoal da Prefeitura de Goiana que levasse para outro lugar, mas eles disseram que tinham autorização do Ibama para enterrar aqui", relamou uma veranista. "Tenho medo de que, quando a maré encher, a carcaça seja desenterrada." 

A veranista, que também preferiu não se identificar, disse que a praia é muito movimentada neste mês de janeiro. Ela acredita que, se o mau cheiro persistir, vai espantar muita gente.

 

Baleia que encalhou em Goiana é enterrada na praia

Posted by Jornal do Commercio on Terça, 5 de janeiro de 2016

 

Mas, segundo o secretário de Meio Ambiente de Goiana, Marcelo Andrade, todos os temores são infundados. "Nós fomos orientados pelos biólogos do Centro de Mamíferos Aquáticos (CMA) a enterrar a baleia nesse local porque fica acima da linha de maré. Portanto, não será atingido pelas ondas", disse o secretário. "Segundo o CMA, em todos os lugares do mundo o procedimento é esse mesmo."

O secretário conta que a baleia encalhou na praia de Acaú (PB) e só depois apareceu em Carne de Vaca, levada pela correnteza. O animal, com nove toneladas de peso e 9,5 metros de comprimento, exigiu muito esforço para ser sepultado. A prefeitura usou trator, retroescavedeira e até um caminhão com guincho para remover o mamífero. "Foi uma operação de guerra", concluiu o secretário.

 Segundo a veterinária Fernanda Menezes, da Fundação de Mamíferos Aquáticos, que fez o atendimento ao cetáceo, não foi possível determinar o sexo do animal porque ele foi encontado sem a genitália. O que se sabe é que a baleia era jovem, media aproximadamente 10 metros de comprimento e pesava cerca de nove toneladas.

A necropsia foi realizada no local e as amostras serão encaminhadas para análises laboratoriais. Pesquisadores adiantaram que, devido ao avançado estado de decomposição, será difícil determinar a causa exata da morte do mamífero. A espécie cachalote é comum em águas oceânicas de grande profundidade.

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