PRESERVAÇÃO DA ESPÉCIE

Peixe-boi nasce em área de proteção ambiental do ICMBio em Alagoas

Filhote é o primeiro de uma fêmea que foi reintroduzida na natureza pelo ICMBio, em 2008

JC Online
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Publicado em 16/08/2017 às 18:10
Foto: Iran Normande/APA
Filhote é o primeiro de uma fêmea que foi reintroduzida na natureza pelo ICMBio, em 2008 - FOTO: Foto: Iran Normande/APA
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As águas da Área de Proteção Ambiental (APA), na Costa dos Corais, no estado do Alagoas, receberam um novo morador: um filhote recém-nascido de peixe-boi. O animal foi fotografado por um ambientalista da APA, que fez questão de registrar o momento. O entusiasmo vem em um contexto no qual novos filhotes de peixe-boi estão nascendo (este é o oitavo) após o início do programa de reintrodução executado pela APA na Costa dos Corais, com o apoio do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste (Cepene).

"Isso é um indicativo de que o programa de reintrodução está funcionando", disse o analista ambiental Iran Normande, chefe da APA Costa dos Corais, e responsável pela foto. De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que atua na área, o filho nasceu em Porto de Pedras, que fica na área de proteção.

O peixe-boi recém-nascido é o primeiro filho de uma fêmea que foi reintroduzida pelo ICMBio, em 2008, chamada Luna. A nova mãe foi resgatada em agosto de 2005, na praia de Canoa Quebrada, no Ceará. Após o resgate, ela foi levada para a base do ICMBio, na ilha de Itamaracá, em Pernambuco, e ficou sob os cuidados médicos até maio de 2008, quando foi transportada para o cativeiro de aclimatação em Porto de Pedras. Luna foi liberada na natureza em novembro do mesmo ano.

“Vale destacar que ela (Luna) estava entre o primeiro grupo de animais que foi transportado para esse cativeiro, construído conjuntamente pelo ICMBio e Fundação Mamíferos Aquáticos, exclusivamente para o recebimento dos animais em processo final de reabilitação, para posterior soltura”, conta Fernanda Attademo, médica veterinária do Cepene.

Uma equipe veterinária vai realizar o monitoramento dos animais, mas para evitar o estresse da mãe e do filhote, esse procedimento só deve ser feito em duas semanas, quando eles estarão em melhores condições. Nesse período, as equipes do ICMBio e da Associação Peixe-Boi vão fazer o acompanhamento para evitar a interação das pessoas com os animais.

O peixe-boi (Trichechus manatus manatus) é o mamífero marinho mais ameaçado de extinção do país. A estimativa populacional para a espécie é de cerca de apenas 500 indivíduos distribuídos ao longo da costa brasileira.

Programa

O programa de conservação de peixe-boi no Brasil, realizado pelo ICMBio com a ajuda de parceiros, teve início em 1994 com a reintrodução de dois animais em Paripueira (AL). De lá para cá, 44 peixes-bois resgatados pelas instituições da Rede de Encalhe de Mamíferos Aquáticos do Nordeste (Remane) e reabilitados pelo Instituto foram devolvidos à natureza.

O primeiro sítio de soltura, e o único atualmente em atividade no Brasil, está localizado dentro da APA Costa dos Corais, no rio Tatuamunha, em Porto de Pedras (AL). Dentre os animais soltos, 19 (43%) são fêmeas e 25 (57%) machos. Dentre as fêmeas reintroduzidas, 15 (79%) foram soltas na APA Costa dos Corais e 4 (21%) na APA da Barra de Mamanguape, na Paraíba.

Nesse período, foram registrados o nascimento de oito filhotes. No entanto, somente quatro fêmeas foram responsáveis por estes nascimentos.

Dentre os filhotes registrados, todos nasceram com vida, mas dois morreram poucos dias depois do nascimento.

Recomendações

O ICMBio solicita às pessoas que, por acaso, avistem os animais a não fornecer nenhum tipo de alimento ou água; não tocar nem se aproximar da mãe e do filhote; e evitar qualquer tipo de interação. No caso das embarcações, o Instituto pede aos condutores maior atenção durante o trânsito na região e, no caso de avistamento, que desliguem os motores até a passagem dos animais. Para mais informações ou dúvidas, basta ligar para (82) 3298-1346 (Base ICMBio Porto de Pedras/AL) e (81) 3544-1948 (Base ICMBio Itamaracá/PE).

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