Desastre ambiental

Óleo: PF aciona Interpol para ajudar nas investigações do navio grego

O órgão também informou que não se sabe se o derramamento foi proposital

JC Online
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Publicado em 01/11/2019 às 14:28
Foto: Delta Tankers/Reprodução
O órgão também informou que não se sabe se o derramamento foi proposital - FOTO: Foto: Delta Tankers/Reprodução
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A Polícia Federal (PF) informou que solicitou ajuda de polícias de cinco países distintos,  por meio da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), nas investigações do navio grego Bouboulina, de propriedade da empresa Delta Tankers LTD, apontado como responsável pelo derramamento de óleo que atingiu o litoral do Nordeste, nesta sexta-feira (1). Apesar de chegarem ao dia e o local provável em que o despejo teria ocorrido, o órgão informou que não se sabe se o derrame foi proposital.

Segundo a decisão do juiz federal Eduardo Guimarães Farias, da 14ª Vara Federal em Natal, a embarcação permaneceu até o dia 18 de julho no país vizinho. O documento também aponta que há imagens que mostram que no dia 28 de julho não havia indícios de mancha, que só veio a ser identificada no dia 29, após a passagem do navio. O local fica a pouco mais de 700 km da costa da Paraíba. Ainda de acordo com as investigações, apenas o navio grego poderia ter despejado o óleo após o cruzamento destes dados.

"Há fortes indícios de que a empresa Delta Tankers, o comandante do NM Bouboulina e tripulação deixaram de comunicar às autoridades competentes acerca de vazamento/lançamento de 'petróleo cru' no oceano Atlântico que veio a poluir centenas de praias brasileiras", afirma o magistrado no documento. 

Navio identificado

A Polícia Federal identificou como responsável pelo derramamento de óleo no Nordeste um navio mercante de origem grega. O navio Bouboulina, de propriedade da empresa Delta Tankers LTD, atracou na Venezuela no dia 15 de julho e o derramamento do petróleo cru teria ocorrido a 700 quilômetros da costa brasileira, como apontaram pesquisadores do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), entre os dias 28 e 29 de julho.

A embarcação ficou detida nos Estados Unidos por quatro dias, segundo informações da Marinha. O documento enviado à Polícia Federal aponta que a detenção se deu por "incorreções de procedimentos operacionais no sistema de separação de água e óleo descarga no mar".

O navio Bouboulina foi construído em 2006 e o seu nome é em homenagem a Laskarina Bouboulina, heroína na Guerra da Independência Grega. Ele possui 276 metros de comprimento e tem capacidade para carregar até 164 mil toneladas (somando a carga, passageiros, água, combustível, etc).

Investigações

As investigações foram realizadas pela Marinha, Ministério Público Federal, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e as universidades Federal da Bahia (UFBA), de Brasília (UnB) e Universidade Estadual do Ceará (UEC). Além disso, uma empresa privada do ramo de geointeligência ajudou nas investigações.

O juiz federal Eduardo Guimarães Farias, da 14ª Vara Federal em Natal, determinou busca e apreensão na empresa Lachmann Agência Marítima, apontada como agente marítimo da Delta Tankers LTD. A empresa Witt O Brien's também foi alvo de busca e apreensão. As duas empresas são localizadas no Centro do Rio de Janeiro.

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