CHAMAS

ONG denuncia incêndios em áreas verdes de praias do Litoral Sul de Pernambuco

Segundo a entidade de defesa do meio ambiente, o Poder Público está inerte e não cria estratégias para combater as chamas

JC Online
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Publicado em 06/01/2020 às 10:49
Foto: Renato Vieira/Cortesia
Segundo a entidade de defesa do meio ambiente, o Poder Público está inerte e não cria estratégias para combater as chamas - FOTO: Foto: Renato Vieira/Cortesia
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Segundo a ONG Salve Maracaípe, o município de Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR), tem sofrido com focos de incêndio, desde os últimos meses de 2019. Para denunciar a situação, a entidade de defesa do meio ambiente publicou, em suas redes sociais, vídeos mostrando as chamas consumindo áreas verdes que estariam próximas a praias da cidade, como Porto de Galinhas.

De acordo como o gestor ambiental e voluntário da ONG, Sidney Marcelino, há diversas hipóteses do que pode ter causado estes incêndios. "Pode ter sido bituca de cigarro jogada por alguém, que não tem noção do que essa ação pode causar, ou até incêndios provocados por uma prática bastante comum, porém criminosa, na captura de guaiamum. As pessoas tocam fogo nas tocas dos animais para eles saírem e serem capturados e acabam não conseguindo conter o fogo", disse.

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Para Sidney, o clima e vegetação seca, típicos do verão, contribuem para a propagação das chamas. "Nós estamos em uma época do ano que é muito quente e, por consequência, muito seca, que tem ventos fortes, que vêm do mar para a costa e favorecem a propagação desses incêndios", explicou.

De acordo com o ativista, a Secretaria de Meio Ambiente de Ipojuca, a Guarda Municipal da cidade e o Corpo de Bombeiros de Pernambuco foram procurados, mas estão "inertes" diante da situação. "O Poder Público está inerte, porque sabe que o problema existe e não criam estratégias para combater os incêndios", afirmou.

"A unidade de defesa ambiental de Ipojuca não tem equipamentos básicos, como abafadores, o que solucionaria diversos problemas e poria fim a diversos focos de incêndio. A nível de Governo Estadual, os Bombeiros não conseguem dar uma resposta rápida, principalmente, pelo baixo efetivo que eles têm. Quando eles chegam em um local afetados, as chamas já destruíram boa parte da vegetação", completou.

Outras cidades

Sidney afirmou que outras cidades do Litoral Sul do Estado também têm sofrido com as queimadas, no entanto, as prefeituras das cidades não estão preparadas para atuar com rapidez nesses casos. "Recentemente uma grande queimada atingiu um morro que divide as praias de Gaibu e Calhetas, no Cabo (de Santo Agostinho) e outros lugares também estão tendo foco de incêndios. O pior é que as prefeituras do Litoral Sul, de modo geral, não estão preparadas para deter as chamas em tempo em hábil e prevenir que esses incêndios aconteçam", pontuou.

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Por meio de sua assessoria de comunicação, a Secretaria de Meio Ambiente de Ipojuca informou que tem atuado em parceria como o Corpo de Bombeiros e com a Guarda Municipal da cidade para combater e prevenir os incêndios. "A Secretaria trabalha no intuito da fiscalização com o grupamento de prevenção, em parceria com a Guarda Municipal, à qual esta ligada a Equipe de Defesa Ambiental, buscando evitar esses incêndios. No entanto, temos um problema que é a falta de brigada de incêndio, por isso, precisamos pedir a ajuda do Corpo de Bombeiros, que, na medida do possível, tem ajudado o município. De fato, temos identificado muitos focos e temos trabalhado com fiscalização ostensiva para evitá-los, buscando identificar e punir os responsáveis, mas esse é um trabalho difícil", disse a assessoria.

Em nota, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) disse que já instaurou procedimento para acompanhar a situação. "A Promotoria de Justiça do Meio Ambiente do Ipojuca explicou que foi informada dos incêndios em Porto de Galinhas próximo ao final do ano e que já instaurou procedimento para acompanhar a situação. O MPPE encaminhou ofício para a Secretaria Municipal de Meio Ambiente requerendo informações sobre quais medidas já foram adotadas pelo poder público."

O Corpo de Bombeiros, através de nota, disse que sempre atua no combate à incêndios quando acionado. Falou ainda que cabe à Polícia Civil as apurações sobre as causas e motivos dos incêndios.

O JC também tentou contato com a Guarda Municipal da cidade, mas até a última atualização desta reportagem não havia obtido retorno.

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