A Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) conta agora com oito cursos reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC). Nesta quinta-feira (21), foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) a portaria nº 275, que trata do reconhecimento do curso de medicina veterinária. Na quarta-feira (20), também foram publicadas no DOU portarias de reconhecimento dos cursos de Arqueologia e Preservação Patrimonial e Zootecnia. Ao todo, a instituição já implantou treze cursos, mas cinco ainda não foram reconhecidos pelo ministério.
A graduação de Arqueologia e Preservação Patrimonial, que funciona do campus São Raimundo Nonato, no Piauí, foi a primeira do Brasil a ser implantada em uma universidade pública. Desde que começou a funcionar, em outubro de 2004, o curso já formou cinco turmas e cerca de 30 profissionais. As aulas de formação são ministradas por 14 professores efetivos, que contam com a infraestrutura da Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham), disponibilizada através de um convênio com a Univasf. Assim, os estudantes tem uma formação prática no sítio arqueológico do Parque Nacional da Serra da Capivara e no laboratório de arqueologia da instituição, considerado o melhor da América Latina. No segundo semestre deste ano, está prevista pela Univasf a conclusão do laboratório onde serão realizados estudos sobre os registros rupestres e os artefatos das indústrias cerâmica e lítica (materiais feitos em pedra).
“Essa conquista é mais um instrumento na luta para o reconhecimento da profissão de arqueólogo no país”, comemorou o coordenador do colegiado de Arqueologia, Celito Kestering. Ele avalia que o resultado é fruto de um trabalho realizado em todo o semiárido, já que as aulas práticas e a pesquisa vão além do campus. Atualmente estão sendo realizados estudos em sete municípios baianos, entre os quais, Sento Sé, cujo trabalho de prospecção já cadastrou 136 feições de relevo com vestígios arqueológicos, como grotas e boqueirões. Os dados revelam um potencial de aproximadamente 2.500 sítios arqueológicos identificados em apenas dois anos de pesquisa no município. “Isso demonstra o compromisso da Univasf com o semiárido na identificação do patrimônio arqueológico do nordeste brasileiro”, concluiu o professor Celito.
Já os cursos de Medicina Veterinária e Zootecnia funcionam no campus Ciências Agrárias, em Petrolina, Sertão de Pernambuco, e compartilham grande parte da infraestrutura de laboratórios e setores produtivos, como o de caprinocultura. A graduação de veterinária, que já formou duas turmas desde 2005, dispõem ainda do Hospital Veterinário. “O anúncio do reconhecimento do curso revela o esforço e a ousadia de construir uma formação de qualidade em veterinária no sertão nordestino”, disse o subcoordenador de Medicina Veterinária, João Alves. O curso recebeu conceito 4 (numa escala de 1 a 5) na avaliação do MEC.
Na avaliação do subcoordenador de Zootecnia, Wagner Felix o reconhecimento do curso é a afirmação da qualidade do corpo docente e discente da Univasf. “Como somos 18 professores, 80% doutores e 100% com regime de dedicação exclusiva, isso reflete diretamente na formação dos alunos”, destacou o professor. A graduação já formou 20 alunos em quatro turmas e, de acordo com os dados do colegiado de Zootecnia, a procura pelo curso da Univasf vem aumentando numa faixa de 30% ao ano.
O curso também dá suporte ao Programa de Pós-graduação em Produção Animal da Univasf, no qual já foram defendidas 30 dissertações e dezenas de publicações em revistas nacionais e internacionais. Um desses trabalhos ganhou o prêmio brasileiro de melhor dissertação na área de Produção Animal em 2010.