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Movimento social e formação histórica na prova do Enem

Assunto é recorrente em sociologia devido à força de grupos que surgiram para pressionar governos e sociedade. Professor lembra ser preciso relacionar a ações atuais

Renata Monteiro
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Renata Monteiro
Publicado em 04/10/2014 às 7:45
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
Assunto é recorrente em sociologia devido à força de grupos que surgiram para pressionar governos e sociedade. Professor lembra ser preciso relacionar a ações atuais - FOTO: Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), nos dias 8 e 9 de novembro, é um teste que busca analisar competências e habilidades dos participantes. Dentre os pontos avaliados, está a capacidade de o estudante “reconhecer a dinâmica da organização dos movimentos sociais e a importância da participação da coletividade na transformação da realidade histórico-geográfica”, diz o edital da prova. O estudo sociológico mostra que, no decorrer da história, muitos desses movimentos surgiram como um modo de pressionar governos e sociedade a reconhecer direitos de minorias e fortalecer a democracia. A década de 1960 do século 20, por exemplo, foi testemunha da criação e ampliação de uma série desses grupos e é grande a possibilidade de um deles aparecer no Enem, já que o tema é recorrente.

No Enem, as questões de sociologia, em geral, surgem junto às de outras disciplinas, ficando difícil distinguir de qual matéria é a questão que se está respondendo, por isso o fera deve estar afiado no maior número possível de conteúdos da área de humanas. “Tudo é tão misturado no Enem que você não percebe se respondeu um quesito de história ou sociologia. Se o estudante se preparou durante o ano, não terá grandes dificuldades nessa parte, que sempre é muito bem contextualizada”, comentou Maria Eduarda Araújo Gonçalves, 16 anos, aluna do 2º ano do Colégio Santa Maria.

“Quando o assunto são movimentos sociais nos anos 60, não podemos deixar de falar da contracultura, que explodiu nos Estados Unidos, mas pôde ser vista também na Alemanha e na França. Jovens nascidos após a Segunda Guerra Mundial começaram a contestar o capitalismo e criticar valores como o patriarcalismo, por exemplo”, afirmou o professor de sociologia do Colégio Santa Maria Diogo Vieira. Ainda de acordo com o educador, o movimento hippie – famoso pela sua filosofia anti-consumista, defesa do meio ambiente e pacifismo – nasceu do movimento contracultural surgido entre o fim dos anos 50 e início dos anos 60.

Outra minoria que se uniu para lutar por melhores condições de vida naquela década foi a dos afro-descendentes americanos. Liderado por nomes como Martin Luther King e Malcolm X, e por grupos como os Panteras Negras, o movimento negro dos EUA foi representativo na conquista de direitos civis igualitários no país. “O objetivo era pressionar o Estado a criar leis que acabassem com a segregação e isso foi alcançado, o que não quer dizer que o racismo e a luta deles tenha chegado ao fim.”

Diversas mobilizações foram realizadas nos anos 60. O movimento feminista, no início do século, se fortaleceu, os homossexuais começaram a contestar preconceitos. Segundo o professor, o fera não pode esquecer de relacionar esses fatos com outros tantos do presente.

“Os movimentos conseguiram avanços importantes, mas não pararam no tempo. Por exemplo, se, no passado, as mulheres lutavam por direito ao voto, hoje pedem a descriminalização do aborto. E isso se aplica a todas as outras mobilizações. A luta continua, apenas as reivindicações mudaram.”

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