Uma candidata que faria prova do Enem neste sábado (8) passou mal e morreu minutos antes do início do exame, pouco depois do meio-dia. Edvânia Florinda de Assis, 32 anos, faria a avaliação na unidade 2 do Colégio Santa Emília, em Jardim Atlântico, Olinda, na Região Metropolitana do Recife. Informação inicial repassada pela equipe do Samu era de que a mulher havia sofrido um AVC. No Instituto de Medicina Legal (IML), foi confirmado como causa da morte um infarto.
Edvânia estava em um ônibus junto com o sobrinho, Eliézer Silva, 19 anos. Com o trânsito congestionado e o ônibus cheio, eles e outros candidatos desceram a cerca de 300 metros da esquina do prédio onde foi aplicada a prova, correndo. Chegaram a pegar uma rápida carona com um motorista que passava pelo local para ficarem mais próximos e, descendo do carro, correram novamente. Eram 11h50. Eliézer conseguiu se adiantar e entrou na escola antes da tia, seguindo para o banheiro.
Segundo pessoas que estavam no local quando Edvânia passou correndo, assim que ela passou pelo portão desmaiou e caiu. Equipes dos Bombeiros e Samu foram acionadas para socorrê-la. "Quando saí do banheiro, tudo já estava acontecendo". A candidata chegou a retomar os sentidos, mas faleceu em seguida.
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As informações sobre o atendimento são desencontradas. Pessoas que estavam do lado de fora, comerciantes e pais de alunos, disseram que não havia profissionais de saúde e que o socorro do Samu e dos Bombeiros demorou entre meia hora e 40 minutos para chegar. Já fontes de dentro da escola disseram que havia uma enfermeira no local, que prestou os primeiros socorros. O marido de Edvânia, que chegou depois do ocorrido, declarou que não houve demora na atenção à sua esposa.
Pouco depois da 14h o veículo do Intituto de Medicina Legal (IML) chegou a local para recolher o corpo, que foi transportado para a sede do órgão, em Santo Amaro, área central do Recife. Edvânia estudava nutrição na Faculdade Maurício de Nassau e tentava obter nota no Enem para conseguir bolsa no Prouni ou uma vaga na UFPE. Eliézer é estudante de educação física em uma faculdade privada e também tentaria migrar para a universidade pública, mas ele, em choque com o ocorrido, não conseguiu fazer a prova.
PROVAS - Apesar do incidente, as provas do Enem no Colégio Santa Emília foram aplicadas normalmente. Os alunos que saíam do colégio por volta das 14h30 disseram que não perceberam quaisquer alterações no movimento dentro do colégio e só ficavam sabendo do fato através dos repórteres ou de colegas que já estavam do lado de fora. "Estava tudo normal, tudo tranquilo", disse Diego Renan, 19 anos, ao atravessar o portão.