Assembleia Legislativa

Sob protestos, governo consegue aprovar na Alepe projeto que reajusta piso dos professores

Oito deputados se ausentaram do plenário, dos quais seis são governistas, para não votar no projeto que atende só a 10% da categoria. Um aliado do governo votou contra

Ayrton Maciel
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Ayrton Maciel
Publicado em 01/04/2015 às 6:30
João Bita/Alepe
Oito deputados se ausentaram do plenário, dos quais seis são governistas, para não votar no projeto que atende só a 10% da categoria. Um aliado do governo votou contra - FOTO: João Bita/Alepe
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Antecedido por pronunciamentos de repúdio da oposição e pedidos de retirada da proposta da pauta de votação, a Assembleia Legislativa desconsiderou a pressão das galerias e aprovou, nesta terça-feira (31), por 26 votos contra 11, o projeto de lei (nº 79)do governo Paulo Câmara (PSB) que reajusta em 13,01% o piso salarial nacional dos professores em Pernambuco. Os pedidos não sensibilizaram a maioria. O projeto foi mantido na pauta pela bancada de situação, uma vez que o governo “fechou questão” sobre a votação.

Grande número de professores ocupou o pátio frontal da Alepe e a Rua da Aurora, bloqueada por policiais da PMPE, e um grupo ocupou as galerias da Casa. Sob vaias dos docentes, que acusam o governo de atender só a 4.060 profissionais com formação de nível médio, excluindo mais de 40 mil com formação superior, a maioria aprovou o projeto que atualiza o piso nacional na rede estadual. 

A medida deveria ter sido tomada em janeiro, conforme estabelece a Lei do Piso. Além dos 26 “sim” e 11 “não”, houve oito ausências do plenário. Apesar da vitória do governo, a votação acabou revelando resistências e defecções na base de apoio, que não votou de forma unitária. Dos oito ausentes, seis são governistas, dos quais quatro se retiraram antes de começar a votação, um chegou após a sessão e um sequer foi à Assembleia. E um deputado governista, Everaldo Cabral (PP), votou contra a proposta do Executivo.

O ponto uníssono da oposição, nas críticas, foi a promessa de campanha de Paulo Câmara de “dobrar” o salário da categoria em quatro anos. “Apelo que o governo retire. A votação dessa matéria vai tensionar mais a relação do governo com os professores. A bancada de oposição vota contra”, anunciou o líder Silvio Costa Filho (PTB).

Único a falar em defesa da proposta, o líder da base de apoio, Waldemar Borges (PSB), disse reconhecer “pertinência” em muitas das criticas, porém, ressalvou que o governo queria a aprovação da matéria, mas que ela não impede que o diálogo ocorra. E insinuou que o debate mais amplo ocorrerá no âmbito do conjunto dos servidores. “Este projeto só assegura que ninguém ganha menos que o piso”, afirmou.

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