A determinação da Justiça de suspender a greve não intimidou os professores estaduais que aprovaram, na sexte-feira (17) pela manhã, em assembleia no Teatro Guararapes, em Olinda, a continuação da paralisação, iniciada segunda-feira. As escolas devem ficar sem aulas pelo menos até o dia 27, quando haverá nova assembleia. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) anunciou que na próxima semana vai seguir os passos do governador Paulo Câmara, na tentativa de pressioná-lo a atender as reivindicações da categoria. Na quinta e sexta, o chefe do Executivo vai participar de plenárias do Todos por Pernambuco em Timbaúba e Palmares, na Zona da Mata. O Sintepe pretende levar caravanas para essas cidades.
Na avaliação do sindicato, as escolas mantiveram ontem o índice de 70% de adesão apresentado nos dias anteriores. Já a Secretaria Estadual de Educação informou que a adesão vem caindo, tendo 52% (541) das escolas funcionado normalmente e 39% (410) parcialmente, o que representa 91% (951) das unidades abertas e apenas 9% (94) fechadas. Na quinta-feira, esses índices eram de 87% (912) e 13 % (133), respectivamente.
Funcionando parcialmente no dia anterior, ontem a Escola José Maria, em Santo Amaro, estava fechada. A João Barbalho, também em Santo Amaro, funcionava normalmente na quinta e ontem tinha alunos, mas vários deles informaram não ter havido aula.
“Entramos na sala, esperamos, o professor não chegou e pouco depois nos largaram. Nos mandam vir só para gastarmos passagem”, criticou uma aluna. Policiais marcavam presença na entrada, ao contrário do dia anterior quando não havia nem vigilância. Nesta instituição, 60% dos docentes têm contrato temporário e são proibidos de fazer greve.
Mesmo sendo de referência, a Escola Sizenando Silveira também estava com as salas de aula vazias, ao contrário da Paula Frassinetti, que funcionava normalmente. “Acredito que manter um índice de adesão elevado durante toda a semana é um fator positivo para o movimento”, avaliou o presidente do Sintepe, Fernando Melo.
“A única maneira de fazer valer nossos direitos é com a greve. O governo tem que nos respeitar. Trabalho na rede estadual há 31 anos e ganho R$ 1.800”, desabafou a professora Sueli Gomes, 48 anos, da Escola Estadual Suzel Galtzi, de Limoeiro.