EDUCAÇÃO

Campanha arrecada livros para biblioteca de Complexo Prisional

Espaço, que funciona dentro do Presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros, dentro do Complexo Prisional do Curado, na Zona Oeste do Recife, carece de livros

Do JC Online
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Publicado em 12/05/2015 às 15:20
Foto: Fernando Porto / Secretaria de Justiça e Direitos Humanos/ Divulgação
Espaço, que funciona dentro do Presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros, dentro do Complexo Prisional do Curado, na Zona Oeste do Recife, carece de livros - FOTO: Foto: Fernando Porto / Secretaria de Justiça e Direitos Humanos/ Divulgação
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A biblioteca do Presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros, dentro do Complexo Prisional do Curado, na Zona Oeste do Recife, carece de livros. Funciona em uma pequena sala e atende os reeducandos que gostam de ler. Para estimular o uso do espaço e incrementar o acervo, foi lançada uma campanha de arrecadação de livros. A iniciativa é de um grupo de alunos do mestrado em direitos humanos da Universidade Federal de Pernambuco. A coleta vai até 5 de junho.

"Ao visitar o presídio, no início do ano, o professor Marcelo Pellizole conheceu a biblioteca. Comentaram com ele que o local foi um dos únicos que permaneceram intacto após as rebeliões. Isso por causa do respeito dos presos ao trabalho desenvolvido pela psicóloga Graça Souza e pelo carinho deles pela biblioteca", conta a coordenadora da campanha e estudante do mestrado em direitos humanos, Denise Moura.

Como há necessidade de mais livros, surgiu a ideia da campanha. "Acreditamos que a educação é um caminho que ressocializa e liberta. O acesso dos detentos à biblioteca pode fazer a diferença na ressocialização", complementa Denise. "Se o montante de doações for grande, poderemos destinar uma parte para outros presídios", diz. Até ontem a campanha tinha recebido cerca de 200 livros.

Segundo Denise, podem ser doados exemplares de literatura em bom estado de conservação. "Livros de romance, ficção, suspense, biografias ou outros temas são bem-vindos", informa. A Secretaria-Executiva de Ressocialização (Seres) destaca que a biblioteca funciona como um espaço de ressocialização e que através dela reeducandos aprendem a ler. O presídio Juiz Antônio de Barros possui atualmente 3.183 detentos.

O reeducando Luiz Alberto Pessoa da Silva, 42 anos, no Complexo Prisional há um ano e meio, ressalta a importância do espaço de leitura. "A biblioteca é um espaço para ler, participar de palestras, vídeos, jogos, musicoterapia. Aqui consigo me socializar, aprender a importância do respeito e da tolerância. Percebo que tem saída pra quem quer voltar para a sociedade e viver uma vida normal", diz Luiz.

Para o reeducando Sensido Sales de Barros, 52, a biblioteca é um local de aprendizado. "Debatemos sobre religião, sobre o País, transporte, falamos de nossos governantes. Os presos que têm mais conhecimento passam para aqueles que não têm. Há pessoas que chegaram analfabetas e não sabiam escrever a letra "a". Hoje estão lendo, fazendo palavras cruzadas, copiando e escrevendo hinos e até cantando", conta Sensido.

 

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