EDUCAÇÃO

Nas férias, vestibulandos que farão o Enem não devem ficar longe dos livros

Julho deve ser aproveitado para descansar e passear. Mas na preparação para o exame tem que estudar também, sem exagero

Margarida Azevedo
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Margarida Azevedo
Publicado em 16/07/2016 às 17:00
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Vestibulando pode curtir as férias antes de fazer as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)? Esta é a pergunta que muitos estudantes e seus pais fazem quando chega o mês de julho. Afinal, não dá para vacilar na corrida pelas disputadas vagas em universidades públicas, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Ministério da Educação (MEC). Educadores respondem que sim, deve-se aproveitar esse período para descansar e se divertir. Mas estar livre da obrigatoriedade de ir à escola não significa parar de estudar.

“Tem que usar o bom senso. As férias servem para dar uma desacelerada nos estudos, o que não significa parar. O planejamento tem que incluir atividades de lazer e descanso com horas de estudos. É importante reservar pelo menos um expediente do dia para estudar”, recomenda a psicóloga do ensino médio do Colégio GGE, Sandra Sales.

“O segundo semestre letivo vai começar com mais cobrança, pois o Enem estará mais perto. Não vai adiantar se lamentar porque não aproveitou as férias para estudar mais. Equilíbrio agora é a palavra-chave. Não pode ficar o dia inteiro estudando nem se desligar totalmente da preparação para as provas”, reforça Sandra Sales.

Faltam três meses e 19 dias para o Enem, marcado para 5 e 6 de novembro. A partir de agosto a pressão de pais, professores e do próprio aluno aumenta. É quando os jovens começam a sentir a sobrecarga de estudos. O diretor do Colégio Equipe, Armando Vasconcelos, sugere que o vestibulando, nestas férias, busque formas de estudar que não utiliza com frequência no período de aulas regulares.

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- Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem

“Fugir do tradicional, estudar de outra maneira. Seja assistindo a videoaulas, respondendo simulados ou lendo livros que não leu por falta de tempo durante as aulas”, sugere Armando Vasconcelos. Ele diz que o momento é oportuno para revisar assuntos com os quais o fera tem mais dificuldade porque, tendo mais tempo, poderá dedicar-se mais a entender o conteúdo.

"O bom das férias é não ter a pressão de estudar para provas da escola, fico mais livre. Mas tento estudar todos os dias para não perder o ritmo. E estou lendo bastante. É um dos meus passatempos preferidos. Jorge Amado, Guimarães Rosa, autores que não leio durante as aulas do colégio”, diz Luiza Palma, 17 anos, aluna do Colégio Santa Maria e fera de direito.

SONO - Pode dormir a manhã inteira? “Recomendamos que durmam um pouco mais que nos dias de aulas, mas não precisa exagerar”, diz a diretora pedagógica do Colégio Santa Emília, Cristina Tavares.

“A alteração repentina da hora do sono ocasiona mudanças hormonais no corpo de crianças e adolescentes. O estudante pode aproveitar os dias de folga. Porém, é bom manter um horário regular para dormir, mesmo que sejam diferentes dos habituais. Se costumava dormir às 21h e agora está dormindo às 23h, mantenha este horário e não deixe que se estenda”, orienta a médica especialista do sono Luciane Mello.

Ela sugere que uma semana antes do final das férias o estudante volte gradativamente a dormir no horário que segue durante o período escolar. “Ajuste um pouco a cada dia”, afirma.

PASSEIOS - “É importante aproveitar para praticar atividade física, visitar museus, ir ao cinema ou à praia, assistir aos noticiários na televisão. Será ótimo se o estudante conciliar momento de lazer com aquisição do conhecimento”, ressalta a diretora pedagógica Cristina Tavares.

O casal de namorados Felipe Leal, 18, e Letícia Lira, 17, alunos do Colégio Imaculado Coração de Maria, de Olinda, divide as férias com aulas no cursinho. Deram uma pequena pausa nos estudos e foram para Porto de Galinhas, no Litoral Sul, semana passada. “A gente gosta de passear, namorar, sair com os amigos”, contam. Felipe quer vaga em enfermagem e Letícia sonha com medicina.

No Recife e em Olinda não faltam opções de lazer gratuito ou a baixo custo. Uma boa ideia é reunir os amigos da escola e dar uma de turista para conhecer ou revisitar lugares que reforcem o repertório do estudante na hora de escrever a redação. Quer um exemplo?

O Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, um museu centenário pouco explorado pelos recifenses que funciona no Centro. É local certo para aprender mais sobre a história brasileira, sobretudo no período colonial. O espaço funciona de segunda a sábado. Se a visita for no sábado há chance de encontrar pesquisadores do instituto para trocar ideias e enriquecer ainda mais o passeio.

Embora não façam parte do programa do Enem, outra sugestão é ver os filmes que poderão ser cobrados no Sistema Seriado de Avaliação (SSA), da Universidade de Pernambuco (UPE). Os títulos são os seguintes (para os alunos do 3º ano): Baile Perfumado, de Paulo Caldas e Lírio Ferreira; Diários de Motocicleta, de Walter Salles; A Hora da Estrela, de Suzana Amaral; e O Auto da Compadecida, de Guel Arraes. É sentar no sofá com um monte de pipoca e se divertir.

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