PROTESTO

Povos indígenas estão acampados na Secretaria de Educação de Pernambuco

Onze das 12 etnias existentes no Estado chegaram no prédio na manhã desta segunda-feira. Prometem só deixar o local quando forem atendidos pelo governador Paulo Câmara

Margarida Azevedo
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Margarida Azevedo
Publicado em 15/08/2016 às 19:04
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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Povos indígenas de 11 das 12 etnias que existem em Pernambuco estão acampados, desde o final da manhã desta segunda-feira, na Secretaria Estadual de Educação, no bairro da Várzea, Zona Oeste do Recife. Somente os Fulni-ô, de Águas Belas, no Agreste, não conseguiram chegar ao Recife.

Segundo Pretinha Truká, uma das líderes indígenas, há cerca de 900 índios no local. A pauta de reivindicações é extensa, mas o foco principal são questões educacionais. Eles prometem só sair do prédio quando forem recebidos pelo governador Paulo Câmara. Afirmam também que não haverá expediente no órgão nesta terça-feira (16).

Criação do cargo de professor indígena, concurso público e melhoria na estrutura física das escolas indígenas são algumas das reivindicações. Pernambuco tem cerca de 10 mil alunos nas 12 aldeias, com aproximadamente mil docentes.

Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
Onze etnias de índios de Pernambuco estão acampados na Secretaria Estadual de Educação - Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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Onze etnias de índios de Pernambuco estão acampados na Secretaria Estadual de Educação - Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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Onze etnias de índios de Pernambuco estão acampados na Secretaria Estadual de Educação - Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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Onze etnias de índios de Pernambuco estão acampados na Secretaria Estadual de Educação - Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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Onze etnias de índios de Pernambuco estão acampados na Secretaria Estadual de Educação - Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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Onze etnias de índios de Pernambuco estão acampados na Secretaria Estadual de Educação - Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem

“O governador assumiu o compromisso de nos receber assim que assumiu o Estado. Já está na metade do segundo ano de gestão e nunca abriu as portas para sentarmos com ele e conversarmos. Só sairemos daqui quando ele nos atender”, garantiu Pretinha Truká.

“Viemos preparados com barracas, comida, material de cozinha. Ficaremos o tempo que for preciso. Tem crianças, adultos, idosos, alunos, professores, merendeiras. As escolas indígenas ficarão sem funcionar enquanto estivermos no Recife”, comenta Pretinha, que integra a Comissão de Professores Indígenas (Copipe).

Os povos querem também que haja regularidade no repasse de recursos para o transporte escolar. Pretinha diz que há aldeias que só receberam três parcelas este ano. Desejam também que famílias de índios possam fornecer alimentação para merenda escolar. Eles exigem ainda melhorias nas estradas e mais atenção para agricultura.

SEM PAUTA

A Secretaria Estadual de Educação informa, por meio de nota, “o movimento não conseguiu definir a pauta de reivindicações com rapidez e só a entregou no meio da tarde de hoje”.

Diz que “propôs uma reunião para conversar ainda hoje com os povos sobre a pauta e, até o presente momento (18h30), seus representantes não aceitaram discuti-la com a comissão da secretaria ou representantes do governo”.

O órgão informa ainda que “mantém aberto o canal de diálogo com os representantes dos povos indígenas e aguarda novo posicionamento deles”.

O secretário de Educação, Frederico Amâncio, está em Brasília para uma reunião do Conselho de Secretários de Educação (Consed). Deve retornar ao Recife na quarta-feira.

Mais de mil pessoas trabalham no prédio. Segundo o órgão, o funcionamento hoje foi normal. Nesta terça-feira a previsão é de também haver expediente. Os acampados ocupam vários prédios da secretaria, mas estão concentrados numa grande área de convivência existente no local.

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