
O modelo de escola em tempo integral, realidade hoje, em Pernambuco, em 369 colégios estaduais de ensino médio, foi implantado numa escola estadual de ensino fundamental. O projeto piloto começou na Escola Creusa Barreto Dornelas Câmara, na Vila Santa Luzia, na Torre, Zona Oeste do Recife, e atende 72 estudantes do 6º ano. A ideia é que a unidade de ensino sirva de modelo para municípios que estão introduzindo o ensino integral em suas redes.
A carga horária, na Creusa Barreto, é de 35 horas semanais, com atividades de segunda à sexta-feira, das 7h30 às 15h30. O governador Paulo Câmara visitou ontem a unidade de ensino, que funciona dentro do Caic. “Implantamos no Recife. Vamos observar esse ano, planejar e ver se tem condições de avançar no próximo ano”, afirmou o governador. Um ano atrás, ele lançou um programa para o Estado apoiar 15 cidades a melhorarem seus indicadores educacionais no ensino fundamental e iniciarem a oferta de escolas integrais.
Segundo o secretário estadual de Educação, Frederico Amancio, esses 15 municípios já dispõem de pelo menos uma unidade escolar com carga horária aumentada: Itapissuma e Camaragibe (Grande Recife); Timbaúba e Tamandaré (Zona da Mata); Bonito, Santa Cruz do Capibaribe, São Bento do Una e Bom Conselho (Agreste); Afogados da Ingazeira, Arcoverde, Flores, Floresta, Salgueiro, Trindade e Cabrobó (Sertão).
APROVAÇÃO
A mudança na Creusa Barreto foi aprovada por alunos e professores. “O novo modelo contribuiu para recuperar a credibilidade da escola na comunidade. Antes sobravam vagas no 6º ano. Com o período integral, a procura aumentou”, observa o diretor do colégio, Ednário Oliveira. A escola tem 326 alunos do 6º ao 9º ano. O integral vai ser expandido anualmente até atingir todas as séries dos anos finais do fundamental.
“Gosto de ficar mais tempo na escola, a gente interage mais com os professores”, comenta Valdekson Pessoa Júnior, 11 anos. “Há aulas diferentes, como as disciplinas eletivas, de estudo dirigido, informática. Tem uma rádio na escola e horta. Aprendemos mais”, assegura Fernando Ryan, 11. “A diferença é grande depois que passamos a ser integral. Todos saem ganhando”, comemora a professora Anne Rose Mayer.