"Precisamos de outras alternativas"
Ser dona do veículo número 2 milhões não virou um peso para a publicitária Cybele Rios, 31 anos. É quase um prêmio. "Fico feliz e preocupada. Sofro no trânsito e acho que é o momento de buscar soluções".
JC - Ser a dona do carro que simboliza o crescimento do uso do automóvel no Estado incomoda?
CYBELE RIOS - Não, de forma alguma. Acho até que é um prêmio. Me sinto privilegiada e sortuda por ter sido o meu carro. Acho que o número dois milhões representa muito. É um marco do desenvolvimento de Pernambuco. Chegar a esse limite não foi fácil. Para mim, é uma honra fazer parte disso.
JC - Na sua opinião, o momento pede uma reflexão? É hora de a sociedade e o poder público refletirem sobre o culto ao automóvel e a falta de investimento em transporte público, ciclovias?
CYBELE - Sem dúvida. Temos dois milhões de veículos e o mesmo espaço geográfico. Precisamos de outras alternativas de deslocamento. Precisamos voltar a ter prazer em dirigir, sem sofrer tanto nos congestionamentos.
JC - Você sofre no trânsito?
CYBELE - Sim, sofro. Moro na Jaqueira (Zona Norte) e trabalho no extremo, em Boa Viagem (Zona Sul). Tenho mudado minha rotina para perder menos tempo nos congestionamentos. Procuro sair antes das 7h e só retorno para casa depois das 19h. É o jeito.
JC - É o seu primeiro carro?
CYBELE - Não, é o quarto. Quando era solteira, na minha casa havia cinco pessoas e três carros. Depois de casada são dois.