Na primeira reunião do grupo de trabalho que está estudando soluções para o gerenciamento da Zona Azul do Recife, representantes da prefeitura, Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e Secretaria de Defesa Social (SDS) discutiram a ampliação do serviço para outros bairros e o destino dos flanelinhas. De acordo com a presidente da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU), Maria de Pompéia, há a possibilidade de bairros como Boa Viagem, na Zona Sul, e Casa Forte, na Zona Norte, entre outros, também terem vagas rotativas de estacionamento de veículos em via pública.
"Esse deve ser um dos itens da propostas que iremos apresentar daqui a 30 dias. A de expandir a Zona Azul para bairros onde existe a área comercial, mas ainda não há a Zona Azul, como Boa Viagem, Casa Forte", explicou a presidente da CTTU.
Atualmente, o Recife conta com 2.700 vagas rotativas, sendo todas na área central da cidade. O número de vagas a mais que seriam criadas, no entanto, ainda não foi discutido. Para isso, teria que ser feito um estudo.
O grupo de trabalho foi instituído pelo prefeito João da Costa uma semana depois que um flanelinha foi preso no Bairro do Recife. O guardador de carros, que estaria vendendo o bilhete do Zona Azul por R$ 2, quando na verdade custa R$ 1, foi autuado por extorsão. Nessa primeira reunião, além de integrantes da CTTU, Diretoria de Controle Urbano (Dircon) e Secretaria de Serviços Públicos, participaram representantes do Ministério Público e SDS.
Segundo Maria de Pompéia, uma das preocupações discutidas no encontro foi a questão social, ou seja, o que seria feito com os flanelinhas. "Discutimos a questão social, mas o direito do cidadão de poder estacionar e de ser bem tratado", explicou.
Em relação à terceirização da Zona Azul, Maria de Pompéia afirmou que já está com o edital de licitação utilizado no Rio de Janeiro, onde o serviço já é de responsabilidade de uma empresa particular. O documento será analisado e adaptado para as condições do Recife.
Como a ideia é de terceirizar os estacionamento rotativo, Pompéia acredita que a expansão terá que ser feita juntamente com a privatização do serviço. "Se for para terceirizar, teremos que fazer já com todas as vagas", destacou.
No Rio de Janeiro, a Zona Azul funciona em vários bairros. Lá, a empresa contratada utilizou a mão-de-obra dos flanelinhas, que passaram por treinamento para tratar bem o motorista. Os operadores, que utilizam fardamento da empresa e recebem salário fixo, também ficam responsáveis pela venda do bilhete e fiscalização.
Dessa forma, os agentes da companhia de trânsito não têm mais a obrigação de fiscalizar o serviço, ficando apenas com a responsabilidade de gerenciar o trânsito.
A presidente da CTTU informou que o grupo de trabalho irá se reunir quase que diariamente nesse mês, já que o prefeito estipulou um prazo de 30 dias para que uma proposta seja apresentada. Esses encontros serão apenas entre os representantes da CTTU, Dircon e secretaria de Serviços Públicos. Somente no final, MPPE e SDS devem voltar a ser convidados.