“Não tinha buraco no fundo, não tinha redemoinho e ele estava com água abaixo da cintura quando foi puxado. Três dias depois, o corpo apareceu com marcas de mordidas de tubarão nos ossos dos pés e das pernas. Como é que não foi ataque?” O desabafo é da consultora de relacionamento Monike Suellen Nunes da Silva, 22 anos, irmã de Moisés Nunes de Albuquerque Júnior, morto no dia 24 de junho de 2003, há exatos nove anos, enquanto tomava banho depois de uma pelada com amigos na Praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife.
Três dias depois, um casal que passeava na beira-mar encontrou o corpo na areia. “Estava irreconhecível. No IML, meu pai achou que não fosse Moisés, mas quando vi no braço uma pulseirinha que eu tinha dado a ele, não tive dúvida”, lembra Monike, na época com 13 anos. “Foi uma cena horrível, nunca vou esquecer. Os bombeiros disseram que as marcas eram de dente de tubarão”, lembra. No atestado de óbito consta afogamento.
A jovem lamenta não ver o nome do irmão incluído na lista oficial das vítimas de ataque. “Toda vez que pesquiso sobre o assunto, fico revoltada. Sei que nada trará de volta meu único irmão, mas reconhecer que Moisés foi morto por um tubarão é o mínimo que o Estado pode fazer, já que na época não havia placas de advertência.”
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