ALEITAMENTO

As grandes amigas do peito

Médica e técnica de enfermagem se uniram para ensinar as mães de primeira viagem a executar a gratificante tarefa de amamentar

NATHÁLIA PEREIRA
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NATHÁLIA PEREIRA
Publicado em 08/07/2012 às 16:57
Guga Matos/JC Imagem
Médica e técnica de enfermagem se uniram para ensinar as mães de primeira viagem a executar a gratificante tarefa de amamentar - FOTO: Guga Matos/JC Imagem
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A felicidade de sentir o filho sugando o leite do peito pela primeira vez por certo é sentimento que já nasce com a mulher. Fica lá, instintivo, escondido entre as outras emoções, desde o primeiro suspiro feminino, até a maternidade chegar. No entanto, por pirraça ou desafio do destino, muitas mães são privadas desta sensação, seja por barreiras físicas, emocionais, ou até falta de jeito. É nesse momento crucial que elas entram em ação. Conhecidas e amadas como “as amigas do peito”, a pediatra Bernadete Dantas e a técnica de enfermagem Gerusa Maria da Silva são profissionais em fazer o leite, e a felicidade, virem à tona.

O encontro entre as duas aconteceu há quase 25 anos, no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip). Bernadete, referência em apoio ao aleitamento e atual coordenadora do Banco de Leite da unidade de saúde, uniu forças com Gerusa, técnica apaixonada pela profissão, e fundou a clínica de aleitamento materno AMA, que funciona há 22 anos. “Como o Imip recebe muitas mulheres e a prioridade é atender as mães carentes, surgiu a ideia de construir a clínica particular, integralmente dedicada à amamentação”, explica Bernadete. O consultório é tocado pelas duas e pela também técnica de enfermagem Sileide Santos.

Bernadete é a médica responsável pelas consultas que, de preferência, iniciam por volta do sexto mês de gestação e seguem até a hora de dar o peito. Cabe a Gerusa e a Sileide a missão de acompanhar as mulheres, receber os telefonemas chorosos, pegar um ônibus a qualquer hora do dia, mesmo nos fins de semanas e feriados, acalmar, aconselhar, ensinar até que, ufa: aquela felicidade guardada nas vísceras desde sempre se liberta e o bebê consegue mamar.

Repassar as preciosas dicas aprendidas com uma vida de profissão é a rotina de Gerusa, que começou a trabalhar com recém-nascidos aos 13 anos de idade, como babá. Foi quando seu protegido completou 6 anos que Gerusa descobriu a primeira gravidez, aos 19 anos. “Depois, fiz o curso para técnico de enfermagem, já sabendo que minha vocação era lidar com a maternidade”, lembra Gerusa, que ainda passou 8 anos trabalhando no Banco de Leite do Imip antes de começar a rotina de porta em porta das mães aperreadas. Na próxima sexta-feira, a mulher apelidada de “anjo da pátria” festeja seus 51 anos e declara: “se eu tiver saúde, continuo a fazer minhas visitas até depois da aposentadoria”.

Agradecem as mães do futuro que vão passar por situações semelhantes à de Daniela Pernambuco, que tornou-se mãe de primeira viagem logo de gêmeos. “Eu ficava muito aflita porque eles foram prematuros e eu não tinha experiência. O apoio de Gerusa e Bernadete foi fundamental. Teve uma madrugada que telefonei para elas, chorando, pedindo ajuda. Achava que não tinha leite”, conta a mãe de Heloísa e Henrique, de três meses, que tem leite, sim, só precisava de um anjo da guarda. Teve dois.

 

 

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