Depois de sete horas e meia de espera, jornalistas e familiares do universitário Alex Moura da Silva, 19 anos, morto no dia 23 de dezembro durante uma operação policial no município de São Lourenço da Mata, saíram frustrados do Centro de Reeducação da Polícia Militar (Creed), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife. O soldado da Polícia Militar Rodrigo Alves de Souza, acusado de atirar no jovem, seria libertado na noite de ontem.
O advogado Maurício Gomes, da Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco, que está defendendo o policial, entrou com pedido de liberdade provisória, que foi acatado pela juíza da comarca de São Lourenço, Marinês Marques Viana.
Ao saber da decisão da justiça, familiares de Alex foram para a frente do Creed aguardar a liberação do policial. O grupo chegou por volta das 14h. Eles queriam protestar contra a soltura do PM. Por volta das 21h40, o advogado saiu da unidade prisional informando que Rodrigo já deixara o local pela porta da frente. No entanto, familiares da vítima e jornalistas não o viram passar pelo local.
Na mesma hora em que o advogado saía do presídio e atraía a atenção da imprensa e dos parentes, uma viatura do Batalhão de Choque deixava a unidade. O veículo estava estacionado próximo à unidade da Funase, vizinha ao Creed. No local, levantou-se a suspeita de que o policial acusado tenha deixado o local escondido na viatura. Outra hipótese é que Rodrigo ainda permanecesse no Centro de Reabilitação e só tenha deixado a unidade após o advogado despistar a atenção de todos.
“É um direito constitucional dele de não falar com a imprensa. Ele já foi liberado e saiu pela porta da frente”, afirmou o advogado Maurício Gomes.
Os familiares do universitário ficaram revoltados com a situação. “É uma revolta e uma decepção muito grande ver como nós estamos sendo tratados. Ele driblou todos e nos deixou sem resposta”, disse o tio de Alex, o advogado Washington Moura.