A remoção dos esqueletos humanos encontrados na comunidade do Pilar, Bairro do Recife, permitiu a descoberta de mais achados no cemitério histórico identificado em janeiro deste ano. No lugar de 14, agora são 22 enterros, associados aos séculos 16 ou 17. Curiosamente, dois corpos tinham sido sepultados juntos, um sobre o outro. Arqueólogos constataram que os ossos estavam colados.
Oito esqueletos também dividiam covas, mas separados por camadas de areia de dez a 20 centímetros de altura. “Tiramos quatro ossadas e verificamos que havia outro enterro abaixo de cada uma delas”, diz Ilca Pacheco, arqueóloga da Fundação Seridó, organização não governamental que acompanha as obras de urbanização do Pilar, executadas pela Prefeitura do Recife.
Segundo ela, depois de remover os esqueletos, os pesquisadores recolheram areia do lugar para uma sondagem, em busca de vestígios ligados aos sepultamentos (botões, medalhas e distintivos, por exemplo). “Não achamos indício de roupas e calçados, nos deparamos com ossos e dentes dos outros esqueletos”, afirma. Com a descoberta das covas duplas, a pesquisa será realizada em todo os enterros.
Um par de esqueletos – completando os oito novos achados – estava enterrado lado a lado, com os ossos dos braços se tocando. Os 22 sepultamentos mantêm o mesmo padrão: as pessoas foram colocadas no chão com os pés voltados para o mar e a cabeça na direção do Rio Beberibe, sem roupas ou sapatos e não há marcas de covas. As ossadas indicam que se trata de gente jovem.
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