Atualizada às 15h40
Pacientes da pediatria do Hospital das Clínicas, vinculado à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que fica na Cidade Universitária, Zona Oeste do Recife, estão sendo transferidos para outros hospitais do Grande Recife. A atitude foi tomada pelo Corpo Médico da unidade, após a falta de médico plantonista no setor.
O problema foi conhecido após a denúncia dos médicos residentes. De acordo com os estudantes, a falta de um médico preceptor prejudicava o andamento prejudicava o atendimento aos pacientes. Os residentes eram escalados para trabalhar nas noites, finais de semana e feriado. Quando um residente não estava, os pacientes não tinham assistência médica.
Segundo o direitor de comunicação do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Silvio Rodrigues, o problema no HC já vem de muito tempo. "É um problema crônico de mais de 10 anos. A falta de um médico plantonista de pediatria prejudica o atendimento dos pacientes. Já tentamos muitas vezes conseguir um plantonista e chegamos ao limite. Os médicos residentes não podem atender aos pacientes sozinhos. Por causa dessa falta, os 40 leitos do setor foram transferidos para os hospitais do Imip, Barão de Lucena e Maria Lucinda", relata.
Com a ação, os médicos desejam que haja a abertura de um concurso público ou uma seleção simplificada para a contratação de um plantonista para a unidade médica. "Um hospital desse porte que atende a diversas patologias não pode ficar sem um profissional para atender a pediatria. Nesta terça-feira haverá uma fiscalização do Cremepe no setor e iremos encaminhar ao Ministério Público Federal (MPF) a solicitação de uma seleção de forma imediata", diz.
Ainda de acordo com o Simepe, entre os pacientes relocados para outras unidades estão pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O sindicato informa que a transferência será completada até esta terça-feira (18). "Vão ser 40 leitos a menos de pediatria no Estado. Serão 18 residentes que também serão transferidos para outro hospital para completar sua formação. Isso tudo está gerando um prejuizo tanto para população quanto para a formação de médicos em Pernambuco", finaliza.