Cangaço

Morre Candeeiro, o último cangaceiro do bando de Lampião

Seu Né, como era conhecido depois do cangaço, vivia no distrito de Guanumbi, em Buíque, e tinha 98 anos

Do JC Online
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Publicado em 24/07/2013 às 13:49
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Seu Né, como era conhecido depois do cangaço, vivia no distrito de Guanumbi, em Buíque, e tinha 98 anos - FOTO: Foto: Rodrigo Lôbo/JC Imagem
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O combate da madrugada do dia 28 de julho de 1938, em Angicos, Sergipe, terminou com a morte de Lampião, Maria Bonita, mais nove cangaceiros e o soldado Adrião Pedro de Souza. Porém, cerca de cinco cangaceiros conseguiram fugir da investida da "volante" que matou o Rei do Cangaço, e entre esses estava Candeeiro. Com a morte de Moreno, em 2010, Manoel Dantas Loyola, 98 anos, era o último cangaceiro do bando de Virgulino.

Nesta quarta-feira (24), por complicações respiratórias, faleceu em Guanumbi, distrito de Buíque, o último cangaceiro de Lampião. Segundo os moradores do distrito, seu Né, como ficou conhecido após sair do cangaço, tinha uma vida pacata, sempre na porta de casa, sentado na cadeira de balanço. Viveu em São Domingos (atual Guanumbi) a vida inteira, sem contar o tempo que esteve no bando.

A imprensa local afirma que Candeeiro entrou para o grupo em 1937, um ano antes da morte de Virgulino, por acaso. Trabalhava em uma fazenda em Alagoas quando um grupo de homens ligados ao famoso bandido chegou ao local.Pouco tempo depois, a propriedade ficou cercada por uma volante e ele preferiu seguir com os bandidos para não ser morto.

Segundo Odilon Pimentel, 31 anos, que é morador de Guanumbi, Candeeiro era muito conhecido, trabalhava numa "bodega", mas com a idade que tinha, vivia tranquilo, na porta de casa. "Em 2002, um meio de comunicação o levou de helicóptero para encontrar um policial que fazia parte da volante que matou Lampião. Eles apertaram as mãos, esqueceram tudo que passou", comenta Pimentel. O cangaceiro contava pela cidade que era caçador do bando e só não foi morto porque saiu para buscar água. 

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