A edição deste mês do programa Cidade Viva debateu os ataques de tubarão na costa de Pernambuco, na tarde desta quarta-feira (21), com transmissão ao vivo pelo Portal NE10 e sites do SJCC. A presidente do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), Rosângela Lessa, revelou que é contra a colocação das redes de proteção semelhantes às utilizadas na Austrálie e na África do Sul.
De acordo com Rosângela, a estratégia utilizada pelo Cemit é entre 5 e 10 vezes mais barata e é, sobretudo, mais eficaz. "Na Austrália e na África do Sul a estratégia das redes, inclusive, já está sendo substituída, porque é perdedora. Estão mudando para algo que já fazemos aqui", comentou.
Mas há a possibilidade da instalação de telas menores em locais específicos de Piedade (Jaboatão dos Guararapes), Boa Viagem (Recife) e em Olinda. O material já foi testado em duas etapas iniciais para que possa entrar em processo de implantação.
O projeto conta com o apoio do Ministério Público de Pernambuco (MPPE). O promotor Ricardo Coelho, também presente no programa, porém, ainda tenta estabelecer judicialmente a proibição do banho de mar em trechos mais perigosos das praias.
O secretário de Defesa Social de Pernambuco, Wilson Damázio, outro integrante do debate, reforçou que o governo do Estado é contra o fechamento dos trechos. O governo pretende reforçar os programas de orientação e educação do banhista, com ampliação das sinalizações e maior presença de bombeiros. As praias do Grande Recife recebem cerca de 500 mil banistas por final de semana.
O presidente do Instituto Pró-Pesca, Bruno Pantoja, reforçou durante o programa que os programas de concientização ambiental devem ser mais efetivos, com reforço ainda da sinalização com bandeirolas e boias nos trechos perigosos. "Precisamos levar em consideração que boa parte da populaçãção é analfabeta. Isso precisa ser um trabalho diário e constante", defendeu.
O Cemit está discutindo um plano de mídia juntamente com os projetos de sinalização e concientização ambiental para serem entregues à Secretaria de Defesa Social. "Temos sim intenção de ampliar a sinalização, ampliar a comunicação e melhorar vários pontos que foram sugeridos pelo Ministério Público. Acredito que a curto prazo", disse Rosângela.
HISTÓRICO - Desde 1992, quando o Estado iniciou a contagem dos ataques de tubarão na orla do Grande Recife, foram registrados oficialmente 59 casos, com 24 óbitos.
A última morte foi a da turista paulista Bruna Gobbi, de 18 anos, que estava passando férias no Recife, e sofreu ataque nas próximidades na Pracinha de Boa Viagem, em julho. Ela estava a cerca de 50 metros da faixa de areia.
REPRISE - O programa será disponibilizado no site oficial do Cidade Viva e também será reprisado no próximo sábado na TV Jornal.