Uma mensagem de fé e amor, recheada de animação e palhaçadas. Os Doutores da Alegria começam a encenar nesta quinta-feira (12) o Auto de Natal, história que conta como se deu o nascimento do menino Jesus. A diferença é que toda a narração é feita a partir do olhar do palhaço, dando um toque especial ao assunto. Apesar de todas as apresentações serem em hospitais, quem quiser conferir o resultado dessa mistura é só comparecer. O evento marca, também, o encerramento das comemorações pelos 10 anos de Doutores da Alegria no Recife.
Este é o terceiro ano em que o elenco pernambucano da ONG realiza a encenação. Além dos hospitais atendidos pelos Doutores da Alegria - Barão de Lucena, Restauração, Oswaldo Cruz/Procape e o Instituto Materno Infantil Professor Fernando Figueira (Imip) – o hospital Maria Lucinda e o Helena Moura também recebem a montagem, que é gratuita e realizada em área comum.
“Nós levamos para esses ambientes um pouco do espírito do que está acontecendo do lado de fora, que todo mundo já está envolvido. Quem está lá dentro dos hospitais, pasando por tratamento, pode sentir um pouco do Natal”, contou a atriz e palhaça Enne Marx, mais conhecida como Dr. Mary En. Junto com ela, outros atores são os médicos besteirologistas. “No Auto de Natal, o grupo completo se apresenta. Tocamos músicas tradicionais da época, de domínio público, e músicas locais”, contou.
Os médicos besteirologistas são o Dr. Dud Grud, Dra. Monalisa, Dr. Cavaco, Dra. Mary En, Dr. Eu Zébio, Dra. Baju, Dr. Lui, Dr. Marmelo, Dra. Tan Tan, Dr. Micolino e Dra. Suca, que interpretam os personagens do Auto de Natal. José, por exemplo, é Dr. Dud Grud e Dra. Monalisa vive Maria. A trilha sonora do Auto de Natal é feita ao vivo pelos próprios palhaços, que tocam violão, sanfona, cavaco, zabumba, triângulo e até sinos. As músicas podem ser universais como Jingle bells (tocada só com sinos), do cancioneiro popular ou recriações.
“As crianças reagem super bem ao trabalho do palhaço no Natal. São crianças, então elas têm naturalmente o desejo, a brincadeira o lúdico dentro delas. E nossas brincadeiras, jogos, têm ativamente a particiapção dos pacientes. Inclusive, quem fica internado muito tempo, a gente participa, acompanham e elas passam a conhecer a gente, já estão habituadas a receber”, contou Enne Marx, a Dr. Mary Enne.
Há dez anos, Wellington Nogueira, fundador dos Doutores da Alegria, decidiu que o Recife seria a próxima capital a receber uma unidade da ONG. O trabalho já existia desde 1991 em São Paulo e desde 1998 no Rio de Janeiro. No Recife, os Doutores se apresentam em duplas, duas vezes por semanas. Em datas comemorativas como o Carnaval, São João e o Natal, a apresentação ganha um toque especial, levando alegria e brincadeiras para dentro dos hospitais.