PATRIMÔNIO

Destino do Chantecler ainda é incerto

Dois anos após o término da primeira etapa da reforma, ainda não se sabe o que funcionará no prédio

Do JC Online
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Publicado em 15/04/2014 às 7:00
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Dois anos após o término da primeira etapa da reforma, ainda não se sabe o que funcionará no prédio - FOTO: Hélia Scheppa/JC Imagem
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Quem vai ocupar o Edifício Chantecler? A pergunta é feita por moradores e visitantes do Bairro do Recife desde a retirada dos andaimes e telas que protegiam as fachadas restauradas do prédio. “É preciso dar uma satisfação à população. O Chantecler ficou lindo depois da obra, mas continua fechado. Vão deixar cair?”, comenta o artista plástico Marcelo Silveira, morador do bairro, na área central do Recife, há mais de dez anos.

Procurada para falar sobre o assunto, a empresa Realesis, gestora do edifício, informou, por meio da assessoria de imprensa, que “não há nenhuma novidade com relação ao Chantecler”. O prédio teve a coberta e as quatro fachadas restauradas, num trabalho encerrado em abril de 2012. Dois anos depois, não há prazo para o início da segunda etapa do serviço, que prevê a reforma interna e adaptação aos novos empreendimentos.

Marcelo Silveira sugere uso misto para a edificação, inaugurada na segunda década do século 20 com 4 mil metros quadrados de área em três pavimentos e uma sobreloja. “Poderia ter moradia em cima e restaurante e cinema no térreo. Habitação é essencial para garantir a vida do bairro”, diz o artista plástico.

Para a pedagoga Kacilene Brito, o Chantecler seria bem aproveitado se oferecesse atividades culturais e ações educativas gratuitas. “É um prédio lindo e grande, poderia ser um modelo de acessibilidade no bairro”, declara. “Só agora percebi que tiraram a tela, o prédio está lindo, adoro ver edifícios velhos, viajo no tempo”, diz o office-boy Deivison Lucas, que circula pelo Bairro do Recife diariamente.

Sem as telas, é possível contemplar os 733 enfeites das paredes (jarros, flores e laços), 130 portas (parcialmente encobertas por tapumes) e 106 janelas. O prédio ocupa um quarteirão, com a entrada principal na Avenida Marquês de Olinda e as outras faces voltadas para o Cais da Alfândega, Rua da Madre de Deus e Rua Vigário Tenório.

A obra de restauração da coberta e das fachadas começou em 2003, mas foi suspensa. Retomada em 2010, terminou dois anos depois.

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