PATRIMÔNIO

Entorno das igrejas do Centro do Recife ao deus-dará

Com a proximidade da Copa, o alerta: a bagunça reina nas proximidades dos templos históricos

Cleide Alves
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Cleide Alves
Publicado em 16/04/2014 às 7:00
Foto: Michele Souza/JC Imagem
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A expectativa das igrejas antigas do Centro do Recife, com a Copa do Mundo no Brasil, é receber um maior número de visitantes nos meses de junho e julho. Fiéis e funcionários dos templos católicos, no entanto, estão preocupados com o acesso às edificações. Os caminhos que levam aos templos tem praças sujas e calçadas obstruídas.

Um exemplo é a Igreja do Divino Espírito Santo, na Praça Dezessete, bairro de Santo Antônio. Na área central da praça, onde deveria jorrar uma fonte, o tanque acumula uma água de cor escura, cheia de lixo: sapatos, roupas, garrafas plásticas, isopor, plástico e pedaços de madeira.

“A praça é a entrada da igreja e essa água parada é um perigo para a dengue. As pessoas assistem às cerimônias espantando mosquito com panos”, relata Moisés Alfredo, organizador das missas realizadas no local às terças, quartas e sextas-feiras.

De acordo com a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), a recuperação da fonte está programada para começar até o início de maio. O serviço dependia de um contrato de manutenção de fontes, licitado recentemente.

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Visitantes da Matriz de Santo Antônio sofrem com odor da urina que exala no Beco Pedro Ivo - Foto: Michele Souza/JC Imagem
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Convento Franciscano de Santo Antônio com calçada ocupada por pedintes - Foto: Michele Souza/JC Imagem
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Convento Franciscano de Santo Antônio com calçada ocupada por pedintes - Foto: Michele Souza/JC Imagem
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Pátio do Livramento descuidado, com bancos deteriorados e as palmeiras destruídas não foram repostas - Foto: Michele Souza/JC Imagem
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Pátio do Livramento descuidado, com bancos deteriorados e as palmeiras destruídas não foram repostas - Foto: Michele Souza/JC Imagem
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A Praça Dom Vital, onde fica a Basílica da Penha, está tomada por tabuleiros de frutas e ambulantes - Foto: Michele Souza/JC Imagem
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A Praça Dom Vital, onde fica a Basílica da Penha, está tomada por tabuleiros de frutas e ambulantes - Foto: Michele Souza/JC Imagem
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A Praça Dom Vital, onde fica a Basílica da Penha, está tomada por tabuleiros de frutas e ambulantes - Foto: Michele Souza/JC Imagem
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O tanque da fonte da Praça Dezessete, na Igreja do Divino Espírito Santo, acumula água podre e lixo - Foto: Michele Souza/JC Imagem
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"As pessoas assistem à missa espantando mosquitos", diz Moisés Alfredo, responsável pela igreja - Foto: Michele Souza/JC Imagem
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"As pessoas assistem à missa espantando mosquitos", diz Moisés Alfredo, responsável pela igreja - Foto: Michele Souza/JC Imagem

 

Na mesma região (Rua do Imperador), o Convento Franciscano de Santo Antônio tem as calçadas ocupadas por pedintes, que dormem em papelões no passeio público. “O assunto é sério e nenhuma prefeitura conseguiu resolver. Ali, há um problema social que virou vício pela desordem e falta de fiscalização”, comenta a restauradora Débora Mendes.

Vizinho do convento, o Museu Franciscano de Arte Sacra, onde fica a Capela Dourada, enfrenta igual problema com pedintes. O guia Aurélio Santos acrescenta, ainda, a falta de segurança na rua, motivo pelo qual o museu não é aberto ao público aos sábados à tarde e aos domingos.

Ele também chama a atenção para as vagas destinadas a ônibus de turismo, na Rua do Imperador, ocupadas por carros de passeio. “Tudo isso espanta os visitantes”, destaca. O uso indevido das vagas, diz ele, é rotina, mas a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) informa que há fiscalização.

Os agentes de trânsito, garante a CTTU, realizam rondas para coibir e punir os infratores. “No entanto, além da fiscalização, é necessário contar com o respeito dos motoristas”, argumenta a companhia.

No bairro de São José, o Pátio do Livramento, acesso à Igreja de Nossa Senhora do Livramento, precisa de cuidados. Os bancos de madeira estão quebrados – faltam tábuas no assento e no encosto – e as palmeiras mortas não foram repostas.

Por trás do pátio, a Praça Dom Vital, endereço da Basílica da Penha, está cercada por tabuleiros de frutas e verduras, sem ordenamento. A igreja está fechada para obras de restauração, mas mantém a Bênção de São Félix, às sextas-feiras. A prefeitura promete organizar os ambulantes.

Os visitantes da Igreja Matriz do Bairro de Santo Antônio, na Avenida Dantas Barreto, sofrem com o odor de urina que exalta do Beco Pedro Ivo, entre as Ruas Nova e Matias de Albuquerque. “Se a prefeitura não lavar todos os dias, ninguém consegue respirar na igreja”, diz a secretária do templo, Suely Carneiro.

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