APIPUCOS

Tesouro histórico esquecido no bairro de Gilberto Freyre

Entorno da fundação que leva o nome do sociólogo pernambucano é retrato de lixo, abandono e degradação

Cleide Alves
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Cleide Alves
Publicado em 07/05/2014 às 6:15
Michele Souza/JC Imagem
Entorno da fundação que leva o nome do sociólogo pernambucano é retrato de lixo, abandono e degradação - FOTO: Michele Souza/JC Imagem
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A Praça de Apipucos, na Zona Norte do Recife, passou por reforma no fim do ano 2000, quando ganhou uma escultura em homenagem ao centenário de nascimento do sociólogo Gilberto Freyre (1900-1987), ex-morador do bairro. Com falhas na manutenção, a área de lazer, hoje, assumiu ares abandono. Os bancos estão quebrados, o lixo se acumula e o chão fica encharcado quando chove.

Houve um tempo em que a praça tinha brinquedos infantis e contava com um zelador para cuidar da limpeza e das plantas. “O rapaz da manutenção saiu há anos e nunca foi substituído. O lugar está horrível”, afirma Susie Ferreira, moradora da Vila Carolina, um conjunto de casas antigas e consideradas de preservação histórica, na frente da praça.

Segunda-feira passada, sacos de lixo estavam amontoados na calçada, à espera de coleta. Na grama, largaram sacos plásticos com embalagens vazias de isopor e remédios, garrafas PET e outros entulhos. Folhas de árvores e galhos de palmeiras que despencam no chão, no meio da área de lazer, não são recolhidos. O mato cresce sem controle.

Há deficiência na coleta do lixo e falta educação a algumas famílias que vivem no local. “O lixo deveria ser colocado na calçada da Avenida Dezessete de Agosto, nos dias e horários corretos, para ser recolhido pelo caminhão. Porém, tem gente que deixa os sacos na praça”, comenta uma moradora.

“Moro aqui há 50 anos, a praça está abandonada de verdade”, diz Stela do Rego Barros. “A prefeitura reclamou dos jarros de flores que eu botei na frente da minha casa, porque a planta tem espinhos. Mas não enxergou a situação da praça, completamente desprezada”, comenta Stela.

A escultura de Gilberto Freyre, escritor de renome internacional, traduzido para idiomas como inglês, francês, alemão, italiano, espanhol, polonês e húngaro, pede por um banho para se livrar da poeira. A peça, de ferro, é assinada pelo escultor pernambucano Jobson Figueiredo.

Do outro lado da praça, onde fica a Igreja de Nossa Senhora das Dores, a ladeira de acesso ao Largo de Apipucos encontra-se em condição precária e tem lixo acumulado. O mesmo acontece na avenida, no muro próximo ao templo. “A prefeitura demora a recolher o lixo, hoje tem até pouca coisa”, observa Wladimir Cordeiro Lins, morador de Apipucos.

A Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) disse que enviará uma equipe esta semana à praça e vai programar todos os reparos necessários. Sobre a coleta de lixo, garante que está regularizada, mas fará vistoria para verificar se há descarte irregular fora dos dias e horários de coleta.

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