Atualizada às 11h36
A derrubada dos galpões do Cais José Estelita, no bairro de São José, no Centro do Recife, foi temporariamente suspensa na manhã desta quinta-feira (22). Os tratores iniciaram a demolição dos prédios na noite da última quarta, mas a presença de manifestantes do grupo Direitos Urbanos instalou um impasse sobre a continuidade da obra. Eles esperam uma reunião entre representantes da construtora Moura Dubeux, Prefeitura do Recife e do Direitos Urbanos para resolver o futuro dos prédios do cais. Dois policiais do Batalhão de Choque chegaram, por volta das 11h30, e negociam a saída dos manifestantes dos limites do cais.
Desde ontem, oito manifestantes instalaram três barracas e uma lona para acampar dentro dos muros do Cais José Estelita e tentar impedir a demolição dos galpões. Nenhum deles quis dar entrevista. Pela manhã, os tratores permaneceram desligados, apesar de a Moura Dubeux possuir o alvará que permitia a demolição. Segundo os policiais do Choque, a presença dos manifestantes no local caracteriza invasão de propriedade privada e que eles têm autorização para retirar as pessoas de dentro do cais. O vereador Raul Jungmann (PPS) e o político Edilson Silva (Psol) também conversam com os policiais para amenizar a situação.
Do lado de fora, cerca de 15 pessoas protestavam contra a demolição e pelo direito à cidade. Duas viaturas da Patrulha nos Bairros da Polícia Militar estavam no local, com 5 policiais supervisionando a manifestação. Por volta das 10h15, Raul Jungmann e Edilson Silva chegaram à frente do cais. Todos exigiam a presença do secretário de Desenvolvimento e Planejamento Urbano, Antônio Alexandre. Eles ainda cobraram uma reunião entre manifestantes, prefeitura, um representante do Legislativo, que seria Raul Jungmann, e a Moura Dubeux, às 13h de hoje.
AGRESSÃO - Na noite da última quarta-feira (21), quando os tratores iniciaram a demolição dos galpões do Cais José Estelita, um grupo de manifestantes tentou intervir na obra e houve atrito com os seguranças da construtora Moura Dubeux. Um dos protestantes, o publicitário Sérgio Urt, disse que foi agredido por um segurança da empresa. Sérgio chegou a registrar um Boletim de Ocorrência (BO) na Central de Flagrantes.