Religião

Dom Helder a caminho da beatificação

Processo de canonização foi iniciado por dom Fernando nesta terça

Mariana Mesquita
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Mariana Mesquita
Publicado em 28/05/2014 às 0:20
Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
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Conhecido como “irmão dos pobres”, dom Helder Camara poderá se tornar santo. Nesta terça-feira (27), dom Fernando Saburido, atual arcebispo de Olinda e Recife, anunciou que já deu início ao processo necessário para reconhecer sua memória e exemplo, que seguem vivos no imaginário do povo brasileiro. “Dom Helder se identificava profundamente com os marginalizados, lutando pela paz, pela justiça e pelos direitos humanos, e a Igreja cada vez mais se volta para os que sofrem”, afirmou. 

Após ter recebido o aval dos bispos e arcebispos da região, dom Fernando encaminhou uma carta ao prefeito da Congregação da Causa dos Santos, cardeal Angelo Amato, em Roma, pedindo autorização para abrir o processo de beatificação e posterior canonização de dom Helder. “Este é o primeiro passo, e com ele se busca obter o nihil obstat” (declaração de que não há nenhuma situação que torne impossível o início do caso). O pedido só pode ser feito no mínimo cinco anos após a morte do candidato a santo. De posse da autorização, este passa a ser denominado servo de Deus.

Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
Acervo de Dom Helder Camara é restaurado - Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
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Acervo de Dom Helder Camara é restaurado - Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
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Acervo de Dom Helder Camara é restaurado - Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
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Acervo de Dom Helder Camara é restaurado - Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
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Acervo de Dom Helder Camara é restaurado - Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
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Acervo de Dom Helder Camara é restaurado - Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
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Acervo de Dom Helder Camara é restaurado - Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
oto: Hélia Scheppa/JC Imagem
Acervo de Dom Helder Camara é restaurado - oto: Hélia Scheppa/JC Imagem
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Acervo de Dom Helder Camara é restaurado - Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
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Acervo de Dom Helder Camara é restaurado - Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
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Acervo de Dom Helder Camara é restaurado - Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
Foto: Acervo Idhec
Acervo do Instituto Dom Helder Camara - Foto: Acervo Idhec
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Acervo do Instituto Dom Helder Camara - Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
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Acervo do Instituto Dom Helder Camara - Foto: Acervo Idhec
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Acervo do Instituto Dom Helder Camara - Foto: Acervo Idhec
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Acervo do Instituto Dom Helder Camara - Foto: Acervo Idhec
Foto: Acervo Idhec
Acervo do Instituto Dom Helder Camara - Foto: Acervo Idhec
Foto: Acervo Idhec
Acervo do Instituto Dom Helder Camara - Foto: Acervo Idhec

“Assim que houver essa resposta positiva, vai-se instalar oficialmente o processo dentro da arquidiocese, com a constituição de comissões e de um tribunal eclesiástico para colher os depoimentos de pessoas que conheceram a vida e os feitos de dom Helder”, explicou frei Jociel Gomes, que é vice-postulador das causas de Frei Damião e Dom Vital, cujos processos já se encontram em andamento. 

Segundo frei Jociel, este trabalho provavelmente deve começar no início do próximo semestre, quando dom Fernando deverá nomear um postulador para acompanhar as ações. Depois, por conta do volume de depoimentos e dados documentais, ainda não há como mensurar o tempo necessário até o relatório final chegar às mãos do papa Francisco, a quem caberá decidir sobre a beatificação e posterior canonização. “Serão duas etapas mais amplas, a primeira chamada fase diocesana, que vai ocorrer aqui, e a fase romana, quando os documentos coletados serão analisados”, descreveu. 

O processo que leva à santificação é longo e, quando falta documentação, milagre comprovado ou acompanhamento assíduo junto à Santa Sé, pode demorar ainda mais. A palavra final sempre é do papa, o único com poder para decretar, de fato, a santidade.

Após ser declarado servo de deus, a etapa seguinte é atingir o grau de venerável, quando, após a fase diocesana, por meio do tribunal eclesiástico, se consegue provar que a pessoa praticou, em grau heroico, todas as virtudes cristãs. Os depoimentos são enviados a Roma para serem analisados por peritos, obtendo parecer favorável. 

Para se tornar beato, ou bem aventurado, o próximo nível rumo à santificação, a Igreja pede que seja apresentado dois milagres comprovados, que tenham acontecido através da intercessão do candidato e ocorrido após sua morte. Na primeira etapa, se buscam graças ou curas extraordinárias, que são examinadas por um tribunal canônico e, em seguida, por médicos e outras testemunhas convocadas para apoiar a análise. O papa pode dispensar o candidato desta condição, como João XXIII fez com São Francisco Maria de Camporosso, nomeado após apenas um milagre reconhecido. No caso dos mártires, que morreram pela fé, não é exigido nenhum milagre. Ao ser declarado beato, a pessoa recebe autorização oficial para ser venerada na região onde viveu.

Por fim, para se tornar santo, a lei canônica exige que seja constatado mais um milagre. O fato é proclamado pelo papa, geralmente na Praça de São Pedro, em Roma, com declaração pública da santidade. Enquanto o culto dos beatos é local, o dos santos pode ser exercido em qualquer lugar.

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