Em um momento de transição de líderes e às vésperas da data de início das negociações do dissídio da categoria, parte dos rodoviários da Região Metropolitana do Recife planejam cruzar os braços nestas segunda (30) e terça (1º) para pressionar as empresas a negociar aumentos salariais e melhorias trabalhistas.
“Ficamos sabendo que as chapas que perderam as eleições estão mobilizando os profissionais para que eles não saiam com os coletivos. Pedimos que os rodoviários não façam isso de maneira alguma. A data-base da categoria é o dia 1º de julho e temos até o dia 31 para negociar com os empresários. Apenas após isso, se não tivermos avanços, pensaremos em greve”, disse Genildo Pereira, assessor de comunicação da chapa que assumirá a presidência do sindicato.
Ainda segundo Pereira, os rodoviários pensam em aderir à paralisação porque parar as atividades antes do início das conversas com as empresas era um costume da gestão que está saindo do sindicato. “Todo ano era assim, paravam de rodar antes mesmo do início das negociações. Isso tem que mudar. Dia 25 protocolamos no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) uma solicitação de negociação e estamos esperando a data da audiência. Não podemos atropelar os procedimentos”, afirmou.
No dia 13 de maio a chapa “Oposição Rodoviária de Verdade”, apoiada pela CSP-Conlutas, venceu as eleições para a diretoria do Sindicato dos Rodoviários. Há 33 anos a entidade era presidida por Patrício Magalhães, que teve o menor percentual de votos no pleito. A transição de diretoria deveria ser realizada no dia 23 de dezembro, mas segundo Genildo Pereira, a antecipação da posse já foi solicitada na Justiça.
Procurado pela reportagem do JC, Patrício Magalhães afirmou não ser mais presidente do Sindicato dos Rodoviários. Diógenes José de Souza, que segundo Patrício teria ficado em seu lugar, não atendeu às chamadas para comentar o caso.