centro do recife

Basílica da Penha usa drone para mapear torres sineiras

Equipamento realizou oito voos e registrou imagens de todas as faces das estruturas

Da editoria de Cidades
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Publicado em 17/07/2014 às 10:40
Foto: Guga Matos/JC Imagem
Equipamento realizou oito voos e registrou imagens de todas as faces das estruturas - FOTO: Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Construída no século 19 por mestres e artífices, a Basílica da Penha, no Centro do Recife, recorreu à alta tecnologia para fazer o mapeamento de danos das duas torres sineiras do prédio. As áreas inacessíveis à vistoria humana, pela altura e localização, foram vasculhadas, nessa quarta-feira, por um veículo aéreo não tripulado, conhecido como drone. Em oito voos, realizados num período de pouco mais de duas horas, das 12h30 às 14h40, o hexacóptero registrou imagens (vídeo e foto) de todas as faces das torres.

"O equipamento atuou como se fossem os nossos olhos, identificando fissuras, microfissuras e outros desgastes onde não conseguiríamos chegar", diz o arquiteto Jorge Tinôco, coordenador dos trabalhos de restauração da basílica, no bairro de São José. A vistoria externa das torres sineiras teve início sábado passado, com ajuda de uma plataforma contratada pelos frades capuchinhos, responsáveis pelo templo católico. Engenheiros e arquitetos eram elevados até uma das torres e avaliavam os danos com equipamentos que usam eletromagnetismo, em busca de pontos de oxidação.

Como a plataforma não permitia a visualização completa da torre (aquela mais próxima da Rua das Calçadas) e não alcançava a outra (na área interna do prédio), a solução foi lançar mão do drone, num serviço executado pelas empresas Latitude 8 e Aéreo Imagens. O hexacóptero de dois quilos foi controlado pelo aeromodelista Renato Gracie. Para conseguir as imagens solicitadas pelo arquiteto, ele posicionou-se no terraço da igreja e na Rua de Santa Cecília, o oitão do prédio.

Acostumados a fazer imagens comerciais, a dupla empregou o drone, pela primeira vez, num trabalho técnico de restauração de patrimônio, informa Rodrigo Cruz, proprietário da Latitude 8. As torres encontram-se a 42 metros do chão, altura equivalente a um prédio de 17 andares. Por apresentar rachaduras e desprendimento de reboco, estão escoradas internamente, há mais de três anos.

"Nosso desafio a partir de agora, com o levantamento feito pelo drone e na plataforma aérea, é encontrar a melhor alternativa para fazer a consolidação das torres", declara Jorge Tinôco. A proposta vai compor o projeto executivo de restauração das torres sineiras, que está sendo elaborado pelo Centro de Estudos Avançados da Conservação Integrada (Ceci), uma organização da sociedade civil de interesse público, com sede em Olinda, e deve ficar pronto em setembro próximo.

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